«A Magia, considera como ciência, é o conhecimento da formação trinitária na natureza e no homem e da via pelo qual a omnisciência do espírito e o seu controlo sobre forças da Natureza podem ser conquistados pelo indivíduo enquanto ele ainda está no corpo. Considera como arte, a magia é a aplicação destes conhecimento na prática.»
Papus
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
terça-feira, 27 de novembro de 2012
«O Hermetismo, a magia, a filosofia das forças ocultas não se reduzem a simples erudição nem a exercícios verbais e oratórios. É preciso conquistar, possuir, conservar, assim como a Esfinge, para depois doar aos pobres da Ciência e da Arte quando estivermos prontos para o sacrifício de nos sentirmos nobremente pródigos.»
Giuliano Kremmerz
Giuliano Kremmerz
domingo, 25 de novembro de 2012
terça-feira, 16 de outubro de 2012
«Tudo deve chegar à realidade essencial; eis uma lei eterna, imutável; mas somente o Espírito concede a realidade essencial. A Sabedoria e o Amor só chegam a ela se o Espírito, emanando da Sabedoria e do Amor, submete a actividade à Vontade que ama, e esta à Sabedoria que dispensa a lei; somente então serão unidos a força, o poder e a actividade.
A Sabedoria tornar-se-á força, o Amor engendrará o Poder, e a livre actividade, emanando da Sabedoria e do Amor, concederá ao aperfeiçoamento do género humano sua realidade essencial.»
Karl von Eckartshausen
A Sabedoria tornar-se-á força, o Amor engendrará o Poder, e a livre actividade, emanando da Sabedoria e do Amor, concederá ao aperfeiçoamento do género humano sua realidade essencial.»
Karl von Eckartshausen
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
«O caminho para o conhecimento directo não é fácil. Nada realmente valioso se obtém sem esforço. Nunca será demasiado repetir que não existem coisas tais como os "dons" e a sorte. Tudo o que possuímos é resultado de esforço. O que falta a um, em comparação com outro, está latente em si mesmo e pode ser desenvolvido quando se empregam os meios apropriados.»
Max Heindel
Max Heindel
terça-feira, 11 de setembro de 2012
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
«21. No entanto, no mundo do Espírito, a luz sofre igualmente transformações - lá também existem o crepúsculo, a aurora e o claro meio-dia. Estas mudanças não vêm de Cristo, que é como o sol do mundo do Espírito, mas de nós, em função das transformações de nosso espírito, segundo a lei da aproximação e do afastamento. Por isso é necessário vigiar e orar - vigiar, a fim de que os sentidos não escureçam a claridade da vista; orar, a fim de que a luz permaneça em nós e nós nela.»
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Santuário mais Interior)
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Santuário mais Interior)
«18. Contudo, aquele cujo olho se abriu um dia no Espírito não pode fazer compreender o que viu, a não ser por analogia, para aquele que não viu. O divino, o espiritual e o físico são ligados de maneira análoga; eles diferem unicamente como uma pintura difere da própria Natureza.»
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Santuário mais Interior)
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Santuário mais Interior)
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
«17. Aquele cujo olho interior não está aberto não pode fazer ideia das verdades do mundo do Espírito, assim como um cego não pode fazer ideia das cores, pois sem objecto a contemplar, não se pode nem comparar, nem pensar, nem compreender.»
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Santuário mais Interior)
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Santuário mais Interior)
«14. A contemplação única no espírito de Cristo pode, em alguns segundos, ensinar-nos muito mais do que anos de duros estudos científicos; pois a ciência exterior não nos faz mergulhar no interior das coisas, enquanto um raio de luz, oriundo da fonte da Sabedoria, ilumina o santuário mais interior e dá uma visão clara.»
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Santuário mais Interior)
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Santuário mais Interior)
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
«13. O sol tem por tarefa iluminar e aquecer. Ele possui a luz, a fim de tornar visíveis os objectos que engendra e mantém graças ao seu calor. Cristo tem a sabedoria e o amor. O amor é o calor do sol do Espírito e a sabedoria é sua luz. Amar e fazer-se conhecer ao amado, tornando-se visível e perceptível, é a única tarefa de Cristo: em toda parte, difusão da vida - em toda a parte, purificação e dissolução das trevas e da morte diante da luz e da vida - em toda parte, o chamado à ressurreição para reinar com Ele.»
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Santuário mais Interior)
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Santuário mais Interior)
terça-feira, 28 de agosto de 2012
«10. Como o sol apresenta objectos sempre novos ao homem que percorre uma região, Cristo, a luz do mundo, revela assim aos que nele caminham os objectos sempre novos da razão. Anda em Cristo significa receber uma constante revelação de seu amor e de sua sabedoria.»
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Santuário mais Interior)
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Santuário mais Interior)
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
domingo, 26 de agosto de 2012
sábado, 25 de agosto de 2012
terça-feira, 21 de agosto de 2012
«13. Procura afastar-te de tua inclinação a tudo o que é terrestre e deixa-te atrair por Deus. Não compartilhes com o mundo nem tua razão, nem teu coração, nem tua actividade, pois onde há partilha há fraqueza e impotência. Que a moralidade te seja um meio, jamais uma meta. Busca reconduzir todas as tuas forças na Unidade, pois é na Unidade das forças que reside o eterno Imutável e é unicamente no eterno Imutável que se encontram a paz e a felicidade.»
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Interior)
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Interior)
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
«12. No lugar da ciência, procura a sabedoria, porém não encontrarás a sabedoria senão no espírito da Divindade. Pelo amor, abre o coração a este Espírito, que tomará posse dele e o inflamará com amor santo, e a luz desta chama sagrada revelará tudo a teu espírito.»
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Interior)
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Interior)
«11. Bane toda a tristeza de teu coração, pois ela te enfraquece. Um humor alegre dá forças. Não meças tua impotência, não te deixes abater pelos passos em falso. Conta inteiramente com Deus, que protege os seus, que fortifica os fracos e dá força aos que dela carecem.»
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Interior)
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Interior)
«10. Ora, ora com confiança em todas as coisas. Que tua alma não duvide de que será atendida quando orares em espírito e em verdade. Não penses: "Eu sou um pecador, Deus não me escutará", porém volta-te para teu Deus, que não oferece pedras aos filhos quando eles lhe pedem pão. Ora em espírito e em verdade, pois somente à prece da fé Deus atende. O Deus a quem oras é um Deus de amor, e Ele atrai para si e em si tudo o que d´Ele se aproxima, a fim de uní-lo totalmente a si.»
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Interior)
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Interior)
sábado, 18 de agosto de 2012
«9. Tem piedade do pobre, da viúva e do órfão; toma a teu encargo os oprimidos e protege cada ser, pois ele é teu irmão e, como tu, chamado à beatitude. Acolhe o viajante; honra os que são superiores a ti. Aprende a suportar a injustiça, a perdoar e a amar teu inimigo, tenta trazer de volta o extraviado ao caminho, com benevolência;, não tenhas ódio pelo incrédulo e não oprimas ninguém.»
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Interior)
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Interior)
«8. Tenta libertar tua razão dos preconceitos,
teu coração das más inclinações e tua actividade das manipulações
contrárias à ordem. Busca em tudo te desligar da multiplicidade e busca
em tudo a unidade, pois é somente nela que estão a fé, o amor, a
esperança, a concórdia, a felicidade, a paz e a alegria.»
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Interior)
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Interior)
«7.
Teme a Deus e guarda seus mandamentos; os mandamentos de Deus são sua vontade,
que é sua ordem. O Universo inteiro comporta-se segundo sua ordenação. Procura
cumprir em tudo a lei e assim tua vontade se tornará una com a vontade da
Unidade, e é então que força, poder, graça e bênção se tornarão teu quinhão.»
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Interior)
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Interior)
«7. Tenta libertar tua razão dos preconceitos, teu coração das más inclinações e tua actividade das manipulações contrárias à ordem. Busca em tudo te desligar da multiplicidade e busca em tudo a unidade, pois é somente nela que estão a fé, o amor, a esperança, a concórdia, a felicidade, a paz e a alegria.»
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Interior)
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Interior)
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
«2. Sê cândido como uma criança que não conhece o mal; expulsa de ti tudo o que é duplo, tudo o que tem face dupla, toda a teimosia, toda a vontade própria, todo o amor próprio. Que teu coração e tua inteligência sejam dirigidos sem cessar para a Unidade; que em todos os lugares tua meta seja Deus. Que isto constitua tua candura de pomba, e que a tua inteligência de serpente não sirva senão para vencer as resistências, sem jamais perder a meta de vista. Não fales mal de ninguém, tenta suportar-te a ti mesmo e suportar os outros; oferece em partilha o produto do teu trabalho e dá a todos os que têm necessidade dele, sem exame, pois tu não lhes ofereces nada além dos dons de Deus, nada te pertence; o que adquiriste é igualmente um dom de Deus. Dá, pois, e Deus te dará de volta.»
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Interior)
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Interior)
«1. Crê em Deus e teme-o. Quando creres n´Ele e o temeres com o temor do amor, abster-te-ás de tudo o que não é bom. Nada é bom fora de Deus e de tudo que vem d´Ele: pois d´Ele provêm a ordem e a harmonia; ordem e harmonia são suas leis. Por conseguinte, tu guardas sua lei quando permaneces fiel a sua Ordem. Reveste-te do hábito da justiça, e a malícia, o mal, não encontrará nenhum lugar em ti, pois tu te ligarás à Ordem, à Unidade.»
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Interior)
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Interior)
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
«11. A tua razão tem necessidade de uma força para reconhecer os preconceitos; o teu coração, ou tua vontade, tem necessidade de um poder para resistir aos erros e às paixões; e a tua actividade tem necessidade de um espírito para impelir-te à ordem e revelar-te a ordenação das coisas.»
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Exterior)
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Exterior)
terça-feira, 14 de agosto de 2012
«9. Não rejeites nada, mas empreende e escolhe tudo o que é bom. Não penses, porém deixa vir a ti o pensamento, o que quer dizer: toma os objectos tal como eles se apresentam na Natureza, e ordena as tuas ideias segundo suas construções; então o teu pensamento será verdadeiro. Uma grande parte dos homens ordena a Natureza segundo as suas ideias, e seus pensamentos são falsos, pois não devemos modificar a Ordem eterna, porém, pelo contrário, deixar-nos modificar por ela.»
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Exterior)
Karl von Eckartshausen
(Regras para o Exterior)
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
sábado, 11 de agosto de 2012
Escola de Sabedoria I - Karl von Eckartshausen
Será que já existiu uma escola universal para a educação dos
homens – uma escola universal de Sabedoria?
(…)
Existe uma escola universal de Sabedoria que possui uma
cátedra celeste no mais profundo do Espírito, de onde emana todo o
conhecimento.
Esta escola de Sabedoria possui:
Um aspecto
exterior,
Um aspecto
interior,
Um aspecto
interior, o mais profundo.
(…)
Assim, portanto, esta escola de Sabedoria possui:
Um átrio
Um templo
Um Santuário.
(…)
O homem – a Natureza – Deus – são as matérias da escola de
Sabedoria: o homem no átrio; a Natureza no templo; Deus no santuário.
(…)
Todo aquele que é sensível à Luz extrai seu ensinamento
desta escola, que possui de algum modo um cimento susceptível de unir os homens
uns aos outros, assim como estes à Natureza.
(…)
Sabedoria, Amor e Verdade sempre foram e sempre serão os instrumentos
das escolas de Sabedoria, a fim de guiar os homens até à grande meta da mais
alta perfeição.
Karl von Eckartshausen
domingo, 29 de julho de 2012
sábado, 28 de julho de 2012
sexta-feira, 27 de julho de 2012
quinta-feira, 12 de julho de 2012
«O homem da compreensão e do discernimento é o gnóstico. E o seu
objectivo não é a abstinência daquilo que é mau (...) nem faz o bem por
medo. Tão o pouco o faz com esperança na recompensa prometida. Mas fazer
o bem apenas por amor e pela sua própria excelência deve ser a opção do
gnóstico.»
Clemente de Alexandria
Clemente de Alexandria
segunda-feira, 11 de junho de 2012
terça-feira, 5 de junho de 2012
«Qualquer magia tem suas forças operantes, seu órgão, mediante o qual ela opera, e uma forma, na qual ela opera; qualquer magia opera mediante a força de atracção; e a força de um mago consiste em unir sua vontade com essa força de atracção, o que inevitavelmente acarreta consequências.»
Karl von Eckartshausen
Karl von Eckartshausen
domingo, 3 de junho de 2012
«O anseio gera imaginação. Quando a alma quer, com veemência, ver esse anseio realizado, nasce, mediante a vontade, uma avidez, a qual actua no espírito, e esse espírito unifica-se com o espírito semelhante na natureza e opera o que o espírito semelhante opera.
A faculdade da imaginação é atractiva. O espírito produzido mediante a imaginação intensa cria uma humanidade na qual a avidez do homem, mediante sua vontade, desce e engendra uma realidade.»
Karl von Eckartshausen
A faculdade da imaginação é atractiva. O espírito produzido mediante a imaginação intensa cria uma humanidade na qual a avidez do homem, mediante sua vontade, desce e engendra uma realidade.»
Karl von Eckartshausen
domingo, 20 de maio de 2012
sábado, 19 de maio de 2012
domingo, 13 de maio de 2012
domingo, 6 de maio de 2012
sábado, 28 de abril de 2012
sexta-feira, 27 de abril de 2012
quarta-feira, 25 de abril de 2012
terça-feira, 24 de abril de 2012
«Os seres humanos procuram o poder, querem ter o poder para fazer. Ilusão do poder, sempre limitado. Armadilha do ego fascinado.
O iniciado procura a potência, a potência infinita e livre do Real, acessível no eixo do ser. Aquele que é, Vontade absoluta pois, também é Omnipotência. Nenhuma necessidade de ter e de fazer.»
Rémi Boyer
in Poeiras de Absurdidade Sagrada
O iniciado procura a potência, a potência infinita e livre do Real, acessível no eixo do ser. Aquele que é, Vontade absoluta pois, também é Omnipotência. Nenhuma necessidade de ter e de fazer.»
Rémi Boyer
in Poeiras de Absurdidade Sagrada
segunda-feira, 23 de abril de 2012
«Há quem pense que os planetas em seu movimento produzem não só a pobreza e a riqueza, a saúde e a doença, mas também a fealdade e a beleza e, o que é mais, os vícios e as virtudes, e as próprias acções que resultam de tais condições; é como se os astros se irritassem com os homens, e os forçassem a cometer actos dos quais não têm que se arrepender, já que foram induzidos pelos planetas.
A razão de os astros procederem assim com os homens não é, segundo dizem, porque os amem, mas porque são afectados pelas várias posições do seu próprio curso, conforme tenham atingido o zénite, ou estejam declinando. Mais ainda: dizem alguns astros maléficos são benfazejos para os homens, e que outros astros são bondosos para os homens são em si mesmos malfazejos. Outra coisa que dizem é que os efeitos dos astros mudam de acordo com a sua posição relativa perante os outros: assim eles seriam diferentes conforme estejam ou não olhando uns para os outros, como se esse olhar ou posição modificasse o que eles são. Se um astro olha para tal outro astro, passa a ser bom, mas fica mau se olhar para um outro, e o resultado varia ainda com a figura ou aspecto.
Finalmente, todos os astros juntos exercem uma influência distinta da de cada um deles, assim como uma mistura de líquidos produz uma mescla que tem qualidades diferentes das de casa um deles.»
Plotino
in Enéadas II, Terceiro Tratado
sábado, 21 de abril de 2012
"A última potência da Alma universal tem como sede a terra, e dela se estende para todo o universo. A potência da Alma que, por sua natureza, possui a sensação, a opinião, o raciocínio, reside nas esferas celestiais, donde domina a potência inferior e lhe comunica a vida. Por conseguinte, move a potência inferior envolvendo-a em toda a volta, e preside ao universo enquanto que volta da terra às esferas celestiais. A potência inferior, ao ser envolvida pela potência superior, dobra-se sobre si mesma, opera em si uma conversão sobre si mesma pela qual imprime um movimento de rotação ao corpo em que se encontra. Seja qual for a parte da esfera que se move, enquanto que se move permanecendo em repouso, comunica o movimento ao resto e faz girar a esfera. O mesmo acontece com o nosso corpo: quando a nossa alma entra em movimento, como sucede na alegria, ou na esperança de um bem, mesmo que o movimento seja de espécie muito diferente daquele que move um corpo, produz-se no corpo um movimento local. Desse modo a Alma universal, ao aproximar-se do Bem e tornar-se mais sensível, move-se na região superior em direcção ao Bem, e imprime ao corpo o movimento que lhe é natural: o movimento local. A potência sensitiva, ao receber do alto o seu bem e provar os prazeres que a sua natureza comporta, procura o Bem, e, como este se encontra presente em todas as partes, anda por todos os lados. O mesmo ocorre com a inteligência: umas vezes está em repouso e outras em movimento, porque se dobra sobre si mesma. De modo semelhante, o universo move-se circularmente e, ao mesmo tempo, permanece em repouso."
Plotino
in Enéadas II, Segundo Tratado
"Teremos uma sólida convicção acerca da imortalidade do céu se levarmos em conta a causa maior, a Alma, junto com os corpos que existam no céu - mais puros e melhores do que os que existem na terra, porque também em outros seres vivos a natureza selecciona e coloca no melhor lugar os corpos de melhor qualidade."
Plotino
in Enéadas
Plotino
in Enéadas
segunda-feira, 12 de março de 2012
domingo, 11 de março de 2012
"A Teosofia e A Teurgia" - Serge Caillet
A Teosofia e A Teurgia
Serge Caillet
A Teosofia
1. O Martinismo é uma teosofia. Esta teosofia é bem diferente de certos sistemas, tal como o que forjara a Srª. Blavatsky, fundadora, em 1875, da Sociedade Teosófica, que não devemos confundir com a Teosofia, e à que conviria reservar o termo “teosofismo”.
2. A teosofia é o conhecimento da verdade, do caminho e da vida. Tudo é uno. A teosofia é o conhecimento, que é a sabedoria de Deus. E este conhecimento é experimental.
3. O Martinista é um teósofo. E o que é um teósofo nos explicará um autor anônimo:
“Se entende por teósofo um amigo de Deus e da sabedoria.
O verdadeiro teósofo não recusará nenhuma das inspirações que Deus lhe envia para desvelar-lhe as maravilhas de sua obra e de seu amor, a fim de que o inspire este amor a seus semelhantes mediante seu exemplo e seus conselhos. Eu digo, ao verdadeiro teósofo: todos os que se ocupam somente da teosofia especulativa, não são por ela teósofos, porém podem esperar chegar a sê-lo se tem um verdadeiro desejo, se persistem na resolução que tomaram de imitar as virtudes do Reparador, e poẽ nele toda sua confiança. Um verdadeiro teósofo é por tanto um verdadeiro cristão, assim que se possa convencer por sua doutrina que é a mesma. Esta doutrina está fundada sobre as eternas relações que existem entre Deus, o homem e o Universo; e estas bases se encontram afirmadas nos livros teogônicos de todos os povos, e sobre tudo pelas Sagradas Escrituras interpretadas seguindo ao espírito e não a letra.
Os teósofos, fundamentados em seus princípios, não são volúveis jamais, não discutem nunca; eles tentam convencer pela razoabilidade e pelos fatos; se não podem chegar a isto, guardam o mais profundo silêncio e lamentam os erros que confundem ao espírito de seus semelhantes; rogam a Deus que os ilumine e os prepare para receber a verdade: pois a verdade mostra-se por si mesma sua evidência, somente é necessário que os espíritos estejam preparados para recebê-la.
Assim vemos como os teósofos não fazem jamais sectarismo; não buscam nunca fazer proselitismo, e não se conduzem nunca como sectários; somente se expressam de forma aberta em seus escritos, e quando a ocasião se apresenta na causa da verdade. E, em efeito, podemos chamar sectários aos sábios que, em todos os tempos, tem provado a evidência por seus discursos e por suas ações, as quais admiram verdadeiramente os amigos de Deus?
A unidade e a firmeza de seus princípios devem também distingui-los dos filósofos, cuja diversidade de opiniões inspira naturalmente a desconfiança de seus diferentes sistemas e o mesmo se pode dizer sobre a palavra filosófica, da que tanto se abusou até agora. Pois se a filosofia, tomada em geral, reafirma em seu seio todas as verdades conhecidas, também encobre os erros mais perigosos. Peçamos pelos que se entregam inconsideravelmente ao ensino da verdade sem receber a chama que somente a sabedoria eterna pode dar quando a pedimos com sinceridade, seja para iluminarmos a cada um em nossas trevas, ou seja, para iluminar continuamente nossos semelhantes, se esta sabedoria os julgar dignos dela.
O teósofo é aquele, ou aquela, que tende a contemplar-se no espelho, a fim de refletir sobre a verdade, a vida e a sabedoria. Esta transformação se consegue por purificações sucessivas do corpo e da alma, dos corpos e das almas; se consegue na iniciação interna da qual a iniciação externa é apenas o símbolo, ou mais raramente o meio. Segundo isto nos purificamos separando o mal que está em nós e no que não está em Deus. Separando-nos disto, nos aproximamos ao caminho, a verdade, a vida, isto é a Deus, que é nosso princípio.”
4. O motor da iniciação, da purificação, é o desejo.
“O primeiro princípio da ciência que cultivamos é o desejo. Em nenhuma arte temporal, nenhum artesão jamais triunfou sem uma assiduidade, um trabalho e uma continuidade de esforço para chegar a conhecer as diferentes partes da Arte que se propõe abraçar. Seria por tanto inútil pensar que se possa conseguir a sabedoria sem desejo, pois a base fundamental desta sabedoria não é nada mais que um desejo de conhecê-la, que vence todos os obstáculos que se apresentam para fechar-lhe a saída; e não deve parecer surpreendente que este desejo seja necessário, pois é positivamente o pensamento contrário a este desejo o que aleija a todos os que buscam entrar alí”.(1)
Notas:
(1) Instruções aos homens de Desejo: Documentos Martinistas, Paris 1.979, nº 1, pág. 1.
A Teurgia
5. Posto que o Martinismo é uma teosofia, e como o Martinista é um homem ou uma mulher de desejo, o objetivo do Martinismo será o do teósofo: a iniciação. Esta consiste, segundo Saint-Martin, na reintegração em nossa origem, que é Deus.
6. O meio de iniciação é a Teurgia. O Martinista é um teurgo. A teurgia une no trato com os anjos, estes espíritos intermediários entre o homem e Deus, e com Deus mesmo e sua sabedoria.
7. Se oferece ao teurgo duas vias: a via externa e a via interna. O estudo teórico de uma e de outra se impõe antes da eventual prática. Não há via fácil, porém há vias perigosas. Que cada um siga aqui o conselho do Apóstolo: Examinai tudo, conservai o que é bom.
8. Exortação prévia: “(...) o primeiro passo que se deve dar deve ser na senda da humildade, da paciência e da caridade. As virtudes são tão necessárias em nossa Ordem (Ordem dos Elus Cohen) que não se pode fazer nenhum progresso enquanto não se avance nas virtudes(2).
9. Martinez de Pasqually foi um praticante da via externa, e a escola da qual era Grande Soberano neste mundo, isto é, a Ordem dos Cavaleiros Maçônicos Elus Cohen do Universo, ensinava a prática da teurgia cerimonial.
10. Louis-Claude de Saint-Martin, na Ordem dos Elus Cohen, trabalhou durante bastante tempo esta via ao pé da letra. Teve, como seus irmãos, inclinação pelas manifestações. Depois a interiorizou optando pela via interna ou cardíaca de forma também metódica (segundo Papus), porém segundo ele menos perigosa.
11. Interna ou externa, ninguém pode engajar-se à teurgia sem um profundo conhecimento das relações entre Deus, o homem e o Universo. Com as vias teúrgicas corolárias, o Martinismo é depositário da doutrina da reintegração e se apresenta no Ocidente como um ramo do esoterismo judaico-cristão. Esta doutrina deve ser estudada, assimilada, antes de passar ou não passar a uma teosofia prática.
A doutrina Martinista, que é do Iluminismo, foi primeiramente transmitida por Martinez de Pasqually no seio da Ordem dos Elus Cohen. Por tanto, é pelo estudo desta doutrina por onde devemos começar a nos prepararmos.
Notas:
(1) Instruções aos homens de Desejo: Documentos Martinistas, Paris 1.979, nº 1, pág. 2.
quarta-feira, 7 de março de 2012
domingo, 4 de março de 2012
«Que teu coração se dilate! Procuras Deus; ele te procura ainda mais e sempre te procurou primeiro.
Oras para ele! Sê confiante no sucesso da tua prece. Ainda que sejas fraco demais para orar, o amor não rezaria por ti?
Todos os benefícios do amor se apresentarão para ti. O homem ingrato esquece-os; o homem decaído desdenha-os; passa a seu lado e deixa-os para trás.
Recebeste um raio desse fogo; ele se estenderá e te trará novas marcas desse amor, e um novo calor, quatro e dez vezes mais activo.
Homem, levanta-te. Ele chama-te; ele te dá lugar entre os seus sacerdotes; declara-te da raça sacerdotal. [...]»
Louis Claude de Saint-Martin
in "O Homem de Desejo"
quinta-feira, 1 de março de 2012
«A Iniciação, caminho de Despertar, opõe-se à noção de ordem formal. Destrói a identificação com todos os formalismos. Opõe-se igualmente à noção de desordem, que é apenas ausência de uma ordem conhecida, esperada, desejada. A Iniciação é a-ordem, não-ordem, acessível no intervalo que antecede a zona de conceito.»
Rémi Boyer
Rémi Boyer
domingo, 19 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
"Segredo da Maçonaria" - Giacomo Casanova
«Aqueles que decidem ser Maçons apenas para chegarem a conhecer o segredo podem desiludir-se, pois podem vier cinquenta anos como Mestres Maçons sem jamais conseguirem penetrar o segredo dessa confraria. O segredo da Maçonaria é inviolável pela sua própria natureza, dado que o Maçon que o conhece conhece-o apenas por tê-lo adivinhado. Não o aprendeu de ninguém. Descobriu-o por ter frequentado a Loja, observado, raciocinado e deduzido. Quando o atinge, evita participar a sua descoberta a quem quer que seja, mesmo ao seu melhor amigo. Maçon, pois se este não teve talento para o penetrar também não terá o de o aproveitar de o conhecer oralmente. Esse segredo será, portanto, sempre um segredo. Tudo o que se faz na Loja deve ser secreto, mas aqueles que, por uma indiscrição desonesta, não tiverem escrúpulos de revelar o que nela foi feito, não revelaram o essencial. Como poderiam eles revelá-lo, se nada sabem? Se o soubessem, não falariam das cerimónias.»
Giacomo Casanova
Giacomo Casanova
sábado, 11 de fevereiro de 2012
domingo, 29 de janeiro de 2012
«A magia, por consequência, combina numa única ciência o que é mais certo na filosofia, o que é eterno e infalível na religião. Reconcilia perfeitamente e incontestavelmente estes dois temas, tão opostos à primeira vista - crença e razão, ciência e convicção, autoridade e liberdade. Fornece ao espírito humano um instrumento de certeza filosófica e religiosa tão exacto como a matemática, e mesmo os princípios teóricos para a infabilidade da matemática.»
Eliphas Levi
Eliphas Levi
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
«A magia é uma faculdade de virtude maravilhosa, cheia dos maiores mistérios, contendo a contemplação mais profunda da maior parte das coisas secretas, juntamente com a natureza, poder, qualidade, substância e virtudes, possui também o conhecimento de toda a natureza e instrui-nos no que diz respeito à diferença e à harmonia entre as coisas, daí produz os seus maravilhosos efeitos, unificando as virtudes das coisas através da sua aplicação umas às outras, e para os seus assuntos inferiores adequados, juntando e ligando-os minuciosamente pelos poderes e virtudes dos corpos superiores. Esta é a mais perfeita, a ciência mestra, que foi consagrada, e o tipo de filosofia mais sublime, e por fim a perfeição absoluta de todas as filosofias mais eminentes.»
Henry Cornelius Agrippa
in "Três Livros da Filosofia Oculta"
Henry Cornelius Agrippa
in "Três Livros da Filosofia Oculta"
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
sábado, 21 de janeiro de 2012
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
O Encoberto
"O Encoberto" por Lima de Freitas
D. SEBASTIÃO, REI DE PORTUGAL
Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?
Fernando Pessoa
in "Mensagem"
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
«Deus contempla-Se no espelho das Águas porque Ele "era um tesouro escondido": vê nelas a Sua imagem reflectida. O homem é essa Imagem, mas imagem em queda, de cabeça para baixo, reflexo precário e amnésico nas "águas do Nilo", efémero como o correr do rio que é também o correr do tempo. Narciso enamorou-se da sua própria imagem no mesmo espelho das águas e o seu mito esconde - e revela! - a mesma nostalgia, a mesma saudade do Ser que se transformou em pálido reflexo de Si próprio, que todavia se reconhece nesse reflexo e no reflexo procura, ansioso, exultante, a origem divina, a Face que esconde a sua Face. Assim dividido e separado do seu ser, o âmago mais fundo do Eu precipita-se, loucamente, ao encontro de si próprio, em direcção a uma fusão sempre prometida mas jamais alcançada, no fluxo do tempo que foge, do tempo que é, ele próprio, a mesma queda e o mesmo esquecimento da Face. E eis que cresce a angústia da criatura, a surda saudade que lhe oprime o coração e nele faz nascer a impaciência de um algures diferente, de uma outra claridade, de uma aurora definitiva. Um pouco mais e esse sentimento de privação será sentido como reminiscência do Um sem dois, Nar-ciso antes da cisão. Começa aí a palinódia que inverte a fatalidade do movimento "para o mar" e faz correr o rio para a sua nascente.»
Lima de Freitas
«Tudo o que assim se encontra, reflecte-se, exprime-se apenas pela sua própria imagem ou pelo seu nome, pelo qual é nomeado e graças ao qual é conhecido; desse modo, o pintor ou o escultor produzem uma imagem na qual não acabam de se perder, ao mesmo tempo que se reencontram, e graças à qual se renovam, incessantemente, ao produzir-se.»
Franz von Baader
Franz von Baader
«É ao sair desse indizível Ungrund [primeiro acontecimento] que Deus se concebe a Si próprio como sujeito, se opõe a Si próprio, em Si próprio engendra um infinito de ideias e de pensamentos. Apreensão ou tomada de consciência, possível graças a um elemento mediador - a primeira de todas as mediações - que é um espelho, o qual já não é completamente Deus e Lhe é de algum modo exterior, mas permite-Lhe conhecer-Se na sua multiplicidade, através da infinidade de objectos que O encarnam já, revelando-Lhe a sua fecundidade infinita. Esse espelho ou esse olho, é Sophia, a Sabedoria divina.»
Antoine Faivre
Antoine Faivre
«O espelho é, por certo, o lugar de aparição das formas que são vistas nesse espelho, mas essas formas estão aí, elas próprias, "em suspenso"; não estão aí como uma coisas material, num lugar do espaço, nem como um acidente no seu substracto. A imaginação activa é, por certo, o lugar de aparição das formas imaginativas, mas essas formas, em si mesmas, estão "em suspenso"; não estão nem nesse lugar nem nesse substracto. Ora, se no caso dos espelhos admitimos, sem dificuldade, a existência de uma imagem autónoma, embora ela seja toda em superfície, sem profundidade nem costas, enquanto aquilo de que ela é a imagem (isto é, a forma acidental de Zayd, por exemplo, imanente à sua matéria) é um acidente, teremos de admitir, a fortiori, a existência de uma quididade substancial, a do arquétipo (substancial, com efeito, já que independente de todo o substracto), apresentando uma imagem acidental (a forma de Zayd imanente à sua matéria). Ora, a luz imperfeita segue o exemplo da luz perfeita. Compreende.»
Shihâboddin Yahyâ Sohrawardî
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
«Os Egípcios representavam a natureza do Todo universal como o mais belo triângulo. (...) Esse triângulo comporta a parte vertical, como tendo três comprimentos, uma parte de base de quatro comprimentos e uma hipotenusa de cinco comprimentos (...). Poderá comparar-se a linha vertical ao elemento masculino, a linha de base ao feminino e a hipotenusa ao que deles nasceu, e conceber-se Osíris como origem, Ísis como concepção e Hórus como o nascimento.»
Plutarco
in "De Iside et Osiride"
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
«Esta "Virgem" é a representação imaginativa de uma ciência supra-sensível que provém dos mundos espirituais, enquanto que o saber das sete "Artes liberais" se adquire no plano do sensível. De uma maneira um tanto enigmática, esta "Virgem" indica o seu nome: Alquimia. Andreae quer mostrar que a alquimia é uma ciência bem diferente daquelas que dependem da consciência vulgar. O alquimista, segundo Andreae, maneja as substâncias e as forças materiais, não para conhecer as suas reacções no mundo físico, mas porque quer fazer surgir um elemento supra-sensível, no seio dum processo sensível. Espera que a experiência no laboratório lhe abra uma porta para o invisível.»
Rudolf Steiner
sobre as "Bodas Alquímicas de C.R."
«...toda a nossa natureza humana decidir-se-ia nos primeiros dez números. Tal era a opinião dos sábios dos tempos antigos quando contemplavam os números. O homem não deveria aspirar a ultrapassar os dez princípios originais, correspondentes aos dez primeiros números. Caso contrário, ultrapassaria o domínio que lhe está destinado no mundo espiritual e chegaria à região aterradora das forças e dos poderes da magia negra.»
Louis-Claude de Saint-Martin
in "Des Erreus et des Vérités"
Louis-Claude de Saint-Martin
in "Des Erreus et des Vérités"
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
«A percepção experimental dos sinais permite ouvir a voz de Deus e apreender a sua presença. Todas as vezes que isso acontece, a alma ganha uma beleza mais deslumbrante; cada experiência amplifica a sua semelhança divina torna-a mais conforme ao seu modelo. A experiência do símbolo transforma-se, assim, em experiência espiritual; é deleite, dilatação do coração, estremecimento interior, desabrochar da alma. A experiência espiritual do símbolo atinge a equivalência da experiência mística, a alma transforma-se; iluminada, penetra na via do discernimento e da sageza. Caminha de claridade em claridade, isto é, de símbolo em símbolo, em direcção à luz. Guiada pelo seu amor, enquanto sentido espiritual, descobre a glória de Deus.»
Marie-Madeleine Davy
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
«Em certa época eu tinha um belo livro em minha posse, eu o estudava noite e dia, aprendendo muito bem as operações que descrevia, mas não sabia com que material começar. Isso causava-me grande tristeza, fazia-me solitário, fazia-me suspirar incessantemente. Minha esposa Perenelle, a quem eu amava como a mim mesmo, ficou muito surpresa com meu estado, e então mostrei esse lindo livro a ela, que também enamorou-se dele tanto quanto eu, e tinha extremo prazer em contemplar sua bela capa, gravuras, imagens e retratos, os quais compreendia tão pouco quanto eu. Todavia foi para mim uma grande consolação poder conversar com ela sobre ele, e considerar o que poderia ser feito para descobrir o seu significado.»
Nicolas Flamel
sábado, 7 de janeiro de 2012
«Deseje a sabedoria divina, a capacidade de entender,
Ou não se meta aqui, nem trabalhe com isso.
Pois te custará muita riqueza mundana;
Não confies esse labor a outro, mas faças tu mesmo.
Aprenda, portanto, primeiro a limpar, purificar e sublimar,
A dissolver, congelar, destilar e num certo momento
A conjugar e separar, e a como fazer tudo,
Afim de que quando pensares subir, não caias,
Confie esse trabalho a ti mesmo, e não a outro;
Eu não poderia te dizer mais, mesmo que fosses meu irmão.»
Simon Forman (1552-1611)
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
O Ta´wîl - Henry Corbin
«[O ta´wîl] é, essencialmente, compreensão simbólica, transmutação de todo o visível em símbolos, intuição de uma essência ou de uma pessoa numa Imagem que não é, nem o universal lógico, nem a espécie sensível, e que é insubstituível para significar o que há a significar. (...) Temos de voltar aqui à distinção, para nós fundamental, entre a alegoria e símbolo: a primeira é uma operação racional, não implicando passagem nem a um novo plano do ser nem a uma nova profundidade de consciência; é a figuração, a um mesmo nível de consciência, do que pode ser já perfeitamente conhecido, de uma outra maneira. O símbolo anuncia um outro plano de consciência, diverso da evidência racional; é a "cifra" dum mistério, o único meio de dizer o que não pode ser dito, nem apreendido de outra maneira; nunca "explicado", de uma vez por todas mas, pelo contrário, está sempre por decifrar de novo, tal como uma partitura musical, jamais decifrada, uma vez por todas, mas sempre solicitando uma execução renovada (...) Por essência, o ta´wîl não pode cair no domínio das evidências comuns; postula um esoterismo.»
Henry Corbin
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