quinta-feira, 19 de janeiro de 2012



«O espelho é, por certo, o lugar de aparição das formas que são vistas nesse espelho, mas essas formas estão aí, elas próprias, "em suspenso"; não estão aí como uma coisas material, num lugar do espaço, nem como um acidente no seu substracto. A imaginação activa é, por certo, o lugar de aparição das formas imaginativas, mas essas formas, em si mesmas, estão "em suspenso"; não estão nem nesse lugar nem nesse substracto. Ora, se no caso dos espelhos admitimos, sem dificuldade, a existência de uma imagem autónoma, embora ela seja toda em superfície, sem profundidade nem costas, enquanto aquilo de que ela é a imagem (isto é, a forma acidental de Zayd, por exemplo, imanente à sua matéria) é um acidente, teremos de admitir, a fortiori, a existência de uma quididade substancial, a do arquétipo (substancial, com efeito, já que independente de todo o substracto), apresentando uma imagem acidental (a forma de Zayd imanente à sua matéria). Ora, a luz imperfeita segue o exemplo da luz perfeita. Compreende.»

Shihâboddin Yahyâ Sohrawardî

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