"A doutrina fundamental da filosofia esotérica não admite privilégios ou dons especiais no homem, salvo aqueles adquiridos por seu próprio Ego, através de esforços e méritos pessoais, durante toda uma longa série de metempsicoses e reencarnações."
H. P. Blavatsky
in "Doutrina Secreta"
quinta-feira, 31 de março de 2011
quarta-feira, 30 de março de 2011
"Para tornar-se autoconsciente, o Espírito deve passar pelos diversos ciclos de existência, atingindo na Terra o seu ápice no homem. o Espírito em si é uma abstracção negativa inconsciente. A sua pureza é inerente, não adquirida por mérito; daí que para tornar-se o mais elevado Dhyan Chohan (Senhor de Luz), é necessário que todo Ego atinja a plena autoconsciência como humano, i. é., consciente, sintetizado para nós no Homem."
H. P. Blavatsky
in "Doutrina Secreta"
H. P. Blavatsky
in "Doutrina Secreta"
terça-feira, 29 de março de 2011
"A teoria rosa-cruz, de que todo o Universo é um instrumento musical, é a doutrina pitagórica da música das esferas. Sons e cores são todos números musicais. Assim como os sete raios prismáticos procedem de um único ponto no céu, também os sete poderes da natureza, cada um deles um número, são sete radiações da unidade, o Sol central, espiritual."
H. P. Blavatsky
in "Ísis sem Véu"
H. P. Blavatsky
in "Ísis sem Véu"
segunda-feira, 28 de março de 2011
Os Mistérios de Elêusis - Hinos Homéricos
"Disse, e não desobedeceu Deméter de coroa formosa,
e logo fez surgir o fruto dos férteis campos.
Carregou-se de folhas e flor a vasta terra
inteira. E a deusa foi ensinar aos reis justiceiros,
a Triptólemo e a Díocles, domador de cavalos,
a Eumolpo e a Celeu, condutor dos povos,
os actos do ritual sagrado, e a todos explicou,
a Triptólemo, a Políxeno e ainda a Díocles,
os sacros mistérios, que não se podem transgredir
nem divulgar: um grande temor dos deuses susta a voz.
Feliz quem, dentre os mortais, os pôde contemplar;
quem não é iniciado, nem tomou parte neles, jamais
terá sorte igual, mesmo morto, nas trevas bolorentas."
Hino a Deméter, 470-482
(Hinos Homéricos)
Apolo anuncia a criação do oráculo de Delfos
"Aqui mesmo planeio elevar um templo magnífico,
um oráculo para os homens, que para sempre
para aqui hão-de encaminhar hecatombes sem mácula
- quantos habitam o fértil Peloponeso
e quantos moram na Europa e nas ilhas cercadas pelo mar -,
proferirei minhas sentenças num rico santuário."
Hino a Apolo, 247-253
(Hinos Homéricos)
domingo, 27 de março de 2011
Os 99 Nomes de Allah
1. ALLAH - O Deus
2. Al Rahman - O Compassivo; O Beneficente
3. Al Rahim - O Clemente; O Misericordioso
4. Al Malik - O Soberano
5. Al Quddus - O Sagrado
6. Al Salam - A Fonte da Paz
7. Al Mu'min - O Guardião da Fé; A Fonte da Fé
8. Al Muhaymin - O Protetor
9. Al 'Aziz - O Poderoso (Onipotente)
10. Al Jabbar - O Irresistível; O que Compele
11. Al Mutakabbir - O Majestoso
12. Al Khaliq - O Criador
13. Al Bari' - O que Faz evolui; O que Concebe
14. Al Musawwir - O Formador; O Modelador
15. Al Ghaffar - O que Perdoa
16. Al Qahhar - O Dominador
17. Al Wahhab - O Doador
18. Al Razzaq - O Provedor
19. Al Fattah - O que abre
20. Al Alim - O que Tudo Sabe; O Onisciente
21. Al Qabid - Aquele que Constringe
22. Al Basit - O que Expande; O Magnânimo
23. Al Khafid - O que Rebaixa
24. Al Rafi' - O que Exalta
25. Al Mu'izz - O que Honra
26. Al Mudhill - O que Desonra
27. Al Sami' - O que Tudo Ouve
28. Al Basir - O que Tudo Vê
29. Al Hakam - O Juiz
30. Al 'Adl - O Justo
31. Al Latif - O Sutil
32. Al Khabir - O Ciente; O Desperto
33. Al Halim - O Clemente; O Delicado
34. Al 'Azim - O Magnificiente; O Infinito
35. Al Ghafur - O que Tudo Perdoa
36. Al Shakur - O Apreciador
37. Al 'Ali - O Mais Alto
38. Al Kabir - O Maior
39. Al Hafiz - O Preservador
40. Al Muqit - O que Sustenta
41. Al Hasib - O que Reconhece
42. Al Jalil - O Sublime
43. Al Karim - O Generoso
44. Al Raqib - O Vigilante
45. Al Mujib - O que Responde
46. Al Wasi' - O que Tudo Abarca
47. Al Hakim - O Sábio
48. Al Wadud - O Amante
49. Al Majid - O Glorioso
50. Al Ba'ith - O que Ressuscita
51. Al Shahid - A Testemunha
52. Al Haqq - A Verdade, Aquele que é Real
53. Al Wakil - O Confiável; O Depositário
54. Al Qawiyy - O Mais Forte
55. Al Matin - O Firme, o Leal
56. Al Wali - O Amigo Protetor, O Patrono e Ajudante
57. Al Hamid - O Digno de Louvor
58. Al Muhsi - O Calculador, O Numerador de Tudo
59. Al Mubdi' - O que Dá Origem; O Produtor;
O Originador e Iniciador de Tudo
60. Al Mu'id - O Restaurador; Que Traz Tudo de Volta
61. Al Muhyi - o Doador da Vida
62. Al Mumit - O Criador da Morte, O Destruidor
63. Al Hayy - O Eterno Vivente
64. Al Qayyum - O Auto-Subsistente; O que a Tudo Sustém
65. Al Wajid - O que Encontra; O que Percebe; O Infalível
66. Al Majid - O Nobre; O Magnificente
67. Al Wahid - O Único; O Indivízível
68. Al Samad - O Eterno; O Impregnável
69. Al Qadir - O Capaz
70. Al Muqtadir - O Mais Poderoso; O Dominante;
O que Tudo Determina
71. Al Muqaddim - O que Adianta; O que Apressa
72. Al Mu'akhkhir - O que Atraza; O que Retarda
73. Al Awwal - O Primeiro
74. Al Akhir - O Último
75. Al Zahir - O Manifesto
76. Al Batin - O Oculto
77. Al Wali - O que Governa; O Patrão
78. Al Muta'al - O Mais Elevado
79. Al Barr - A Fonte da Bondade; O Mais Generoso e Correto
80. Al Tawwab - O que Aceita o Arrependimento
81. Al Muntaqim - O Vingador
82. Al 'Afuww - O que Perdoa
83. Al Ra'uf - O Compassivo
84. Malik al Mulk - O Detentor de Toda A Majestade;
O Eterno Detentor da Soberania
85. Dhu al Jalal wa al Ikram -
O Senhor da Majestade e da Generosidade
86. Al Muqsit - O Equitativo
87. Al Jami' - O que Reúne; o que Unifica
88. Al Ghani - O Auto-Suficiente; O Independente;
O Possuidor de Todas as Riquesas
89. Al Mughni - O Enriquecedor; O Emancipador
90. Al Mani' - O que Impede; O que Defende
91. Al Darr - O que Causa Preocupações
(Este atributo só pode ser encontrado em Hadith.
No Sagrado Quran encontra-se exclusivamente para Satã no
Sura 58 verse 10)
92. Al Nafi' - O que Beneficia
93. Al Nur - A Luz
94. Al Hadi - O Guia
95. Al Badi - O Incomparável, O Originador
96. Al Baqi - O Perpétuo
97. Al Warith - O Herdeiro Supremo
98. Al Rashid - O Guia para o Caminho Reto,
O Professor Infalível, O Conhecedor
99. Al Sabur - O Paciente, O Eterno
"As plantas pereceriam em seu primeiro estágio, se sua existência fosse mantida exposta a uma constante luz solar. A noite alternada com o dia é essencial ao seu saudável crescimento e desenvolvimento. Da mesma maneira, a bondade cessaria rapidamente de o ser, se não fosse alternada pelo seu oposto. Na natureza humana, o mal denota o antagonismo da matéria com o espiritual, e ambos consequentemente se purificam por esse meio. No Cosmos, o equilíbrio tem de ser preservado; a actuação dos dois contrários produz a harmonia, tal qual as forças centrípeta e centrífuga - uma necessária à outra. Se uma é interrompida, a acção da outra se tornará imediatamente destrutiva."
H.P. Blavatsky
in "Ísis sem Véu"
H.P. Blavatsky
in "Ísis sem Véu"
sábado, 26 de março de 2011
sexta-feira, 25 de março de 2011
"O que é o Ocultismo" - Annie Besant
"(...) o que é ocultismo? A palavra é usada - e mal usada - nos sentidos mais extraordinários. H. P. Blavatsky certa vez definiu-a como o estudo da mente na natureza, dando à palavra mente, nesse contexto, o significado de Mente Divina. Trata-se, então, do estudo da obra de Deus no Universo; o estudo de todas as energias que, advindas do centro espiritual, actuam nos mundos ao nosso redor. É o estudo do lado vital do universo, o lado de onde tudo procede e a partir do qual tudo é modelado; é olhar, através da forma ilusória, a realidade que a tudo anima; é o estudo do que está subjacente a todos os fenómenos; é o cessar de ser totalmente cegado pelas aparências nas quais tão constantemente nos movemos e pelas quais somos iludidos tão continuamente; é o penetrar além do véu de maya [ilusão, em sânscrito] e perceber a realidade, o Eu uno, a vida una, a força una, aquilo que está em tudo e em todas as coisas.
(...) portanto, o verdadeiro ocultismo, no sentido real da palavra, é idêntico à visão expressa no Bhagavad-Gita, quando Sri Krishna declara que «aquele que Me vê» - isto é, aquele que vê o Eu Uno - «em tudo, e tudo em Mim, realmente vê»."
Annie Besant
in "Ocultismo, Semi-Ocultismo e Pseudo-Ocultismo"
"As árvores, em particular, eram misteriosas, e pareciam-me ser corporizações directas do sentido da vida. Por essa razão, os bosques eram os locais que eu sentia estarem mais próximos do seu significado mais profundo e das suas obras inspiradoras de espanto."
Carl Gustav Jung
in "Memories, Dreams, Reflections"
"A filosofia platónica era a da ordem, sistema e proporção. Abrangia a evolução dos mundos e espécies, a correlação e conservação da energia, a transmutação da forma material, a indestrutibilidade da matéria e do espírito. Sua posição a este respeito estava muito à frente da ciência moderna, e enfeixava o arco de seu sistema filosófico com um fecho a um tempo perfeito e inabalável."
H.P. Blavatsky
in "Ísis sem Véu"
H.P. Blavatsky
in "Ísis sem Véu"
quinta-feira, 24 de março de 2011
quarta-feira, 23 de março de 2011
"Existe apenas uma indivisível e absoluta Omnisciência e Inteligência no Universo, e esta vibra em toda parte, em cada átomo e ponto infinitesimal desse Cosmos que não tem limites, e que as pessoas chamam espaço, considerado independentemente de tudo que nele se contém."
H. P. Blavatsky
in "Doutrina Secreta"
H. P. Blavatsky
in "Doutrina Secreta"
terça-feira, 22 de março de 2011
segunda-feira, 21 de março de 2011
domingo, 20 de março de 2011
Alban Eilir
"(...) Chegamos ao equinócio de Primavera, em que o dia e a noite duram o mesmo tempo e no qual a força da luz aumenta diariamente. Situado no centro das três festas primaveris, o Alban Eilir ("Luz da Terra") assinala os sinais mais reconhecíveis daquela estação do ano, nomeadamente, o aparecimento das flores e o início das sementeiras com mais tempo a elas dedicado. Como ponto de desenvolvimento psicológico das nossas vidas, assinala o período final da infância (cujo início corresponde ao Imbolc, digamos que mais ou menos até aos sete anos de idade). Estamos na Primavera das nossas vidas, e as sementes que plantámos nas alturas da nossa infância do Imbolc e Alban Eilir irão, idealmente, florir a partir do tempo da adolescência do Beltane como capacidades e poderes que nos ajudarão a viver as nossas vidas com arte e sucesso."
Philip Carr-Gomm
in "Mistério dos Druidas - Sabedoria Antiga para o Século XXI"
Philip Carr-Gomm
in "Mistério dos Druidas - Sabedoria Antiga para o Século XXI"
"A identidade de nossa origem física nenhum atractivo exerce sobre nossos sentimentos superiores e mais profundos. A matéria, privada de sua alma e espírito, ou de sua essência divina, não pode falar ao coração humano. Mas a identidade da alma e do espírito, do homem real, imortal, tal como nos ensina a Teosofia, uma vez experimentada e radicada em nossos corações nos conduzirá muito longe na estrada da caridade real e boa vontade fraterna."
H.P. Blavatsky
in "Chave da Teosofia"
H.P. Blavatsky
in "Chave da Teosofia"
O ELOGIO DO INCOERENTISMO - Remi Boyer
A Iniciação é incoerentismo, ciência das incoerências. Enquanto que ao querermos dar coerência ao mundo, nós o complexificamos pelo conceito, ao reconhecermos a incoerência, ou a não-coerência do mundo,nós simplificamo-lo. Ora, a Iniciação é Simplificação, pois a percepção pura unifica, enquanto que o conceito multiplica e separa.
Em toda a conquista do Ser, existe um caminho pedagógico, evolutivo, religioso (que religa), periférico, e o caminho iniciático, ascético, por ruptura, uma devolução que provoca a experiência directa do Absoluto.
A entidade que nasce da ascese está necessariamente separada do mundo, o mundo consome-se na experiência do real, pois a incondicionalidade do esforço (e não o próprio esforço) faz reconhecer o mundo por aquilo que ele é, reflexo, sonho enebriado. Mas esta entidade, nascida da ascese, separada da persona, permanece separada do Ser até à dissolução do corpo físico. Ela é, de alguma maneira, a última máscara, o último reflexo, o reflexo mais puro, mas sempre um reflexo, reflexo suficientemente puro contudo para autorizar a experiência da imortalidade nesta vida, neste corpo.
A Tradição faz por vezes referência à inversão dos candelabros (por exemplo em Gustav Meyrink que foi Grão Mestre dos Irmãos Iniciados da Ásia), imagem simbólica próxima da do Enforcado do Tarot. Há duas inversões dos candelabros. Falando literariamente, eu poderei dizer que a primeira, a inversão (ou rotação) lateral corresponde aos mistérios menores, e que a segunda, a inversão (ou rotação) vertical corresponde aos mistérios maiores. A primeira inversão permite rodar para o mundo paradoxal e apreender o jogo ou a relatividade do mundo fenomenal. A segunda inversão dos candelabros constitui a apreensão do Real pelo adepto, ao mesmo tempo que a apreensão do adepto pelo Real.
É buscando a incoerência da coerência que a primeira inversão dos candelabros se pode produzir, é percebendo a coerência magnífica e divina da incoerência que a segunda inversão dos candelabros se manifesta.
Em toda a conquista do Ser, existe um caminho pedagógico, evolutivo, religioso (que religa), periférico, e o caminho iniciático, ascético, por ruptura, uma devolução que provoca a experiência directa do Absoluto.
A entidade que nasce da ascese está necessariamente separada do mundo, o mundo consome-se na experiência do real, pois a incondicionalidade do esforço (e não o próprio esforço) faz reconhecer o mundo por aquilo que ele é, reflexo, sonho enebriado. Mas esta entidade, nascida da ascese, separada da persona, permanece separada do Ser até à dissolução do corpo físico. Ela é, de alguma maneira, a última máscara, o último reflexo, o reflexo mais puro, mas sempre um reflexo, reflexo suficientemente puro contudo para autorizar a experiência da imortalidade nesta vida, neste corpo.
A Tradição faz por vezes referência à inversão dos candelabros (por exemplo em Gustav Meyrink que foi Grão Mestre dos Irmãos Iniciados da Ásia), imagem simbólica próxima da do Enforcado do Tarot. Há duas inversões dos candelabros. Falando literariamente, eu poderei dizer que a primeira, a inversão (ou rotação) lateral corresponde aos mistérios menores, e que a segunda, a inversão (ou rotação) vertical corresponde aos mistérios maiores. A primeira inversão permite rodar para o mundo paradoxal e apreender o jogo ou a relatividade do mundo fenomenal. A segunda inversão dos candelabros constitui a apreensão do Real pelo adepto, ao mesmo tempo que a apreensão do adepto pelo Real.
É buscando a incoerência da coerência que a primeira inversão dos candelabros se pode produzir, é percebendo a coerência magnífica e divina da incoerência que a segunda inversão dos candelabros se manifesta.
Trecho do livro: “ O louco de Shakti, imortalidade, par e alquimia, Lisboa, Hugim, 1998, págs 17 e 18 (edição bilíngüe)” de Remi Boyer
sábado, 19 de março de 2011
"A magia, como ciência, é o conhecimento destes princípios e da maneira como a omnisciência e omnipotência do espírito e seu domínio sobre as forças da natureza podem ser adquiridas pelo indivíduo, mesmo estando ainda no corpo físico. Como arte, a magia é a aplicação deste conhecimento na prática."
H.P. Blavatsky
in "Ísis sem Véu"
H.P. Blavatsky
in "Ísis sem Véu"
sexta-feira, 18 de março de 2011
O Suplício físico de Jacques de Molay - Fernando Pessoa
O suplício físico de Jacques de Molay, impotente para produzir nenhum resultado mais que baixamente material, desencadeou sobre a Igreja as forças mágicas que essa acção material era incompetente para dominar, servindo só para as desencadear. E o pior foi que o processo de imolação fosse pelo Fogo, isto é, pelo Elemento da Ordem. Assim, para falar um pouco obscuramente, o que era Adepto Exempto, em vez de passar a Mestre do Templo, foi erguido a Mago, e, apto a pronunciar a Palavra da Era, pronunciou-a como Irmão Negro, e contra a Igreja. Toda a civilização moderna, desde a Reforma aos nossos tempos, no que é oposição à Igreja e conspurcação dela e dos seus princípios, é a vingança encarnada de Jacques do Molay. A fogueira em que foi queimado o Grão-Mestre dos Templários foi o lume que ateou o incêndio em que hoje todos ardemos.
Num ponto, porém, a vingança de Molay, operando per vias inferiores, caiu no mesmo erro em que haviam caído os seus algozes. Foi quando D. Sebastião, AE [Adepto Exempto], foi feito cair em Alcácer Quibir. Caiu pela espada, isto é, pela Terra, e o erro foi o mesmo que o de fazer Molay cair pelo Fogo, porque de igual natureza. No mesmo modo o Adepto Exempto ascendeu a Mago, queimando o grau intermédio, e pronunciou, no tempo dado, a Palavra de Era seguinte.
Fernando Pessoa
"Vivemos numa atmosfera de escuridão e desespero... porque nossos olhos estão voltados e fitos na terra, repleta de manifestações físicas e grosseiramente materiais. Se, ao invés disso, o homem, prosseguindo na jornada de sua vida, olhasse, não para o céu - o que é apenas uma figura de retórica - mas para dentro de si mesmo, e centralizasse seu ponto de observação no homem interior, muito logo escaparia dos rolos compressores da grande serpente da ilusão."
H.P. Blavatsky
in "Lúcifer"
H.P. Blavatsky
in "Lúcifer"
quinta-feira, 17 de março de 2011
"Uma simples viagem ao Oriente, feita com as devidas disposições do espírito, e as possíveis constatações aí feitas - que, aliás poderiam parecer meros conhecimentos e aventuras comuns a qualquer viajante - podem, ao contrário, muito provavelmente abrir ao zeloso estudante, de par em par, as portas até então fechadas dos mistérios finais... e é certo que produzem resultados mais rápidos, melhores e muito mais práticos do que longos e aturados estudos."
H.P, Blavatsky
H.P, Blavatsky
quarta-feira, 16 de março de 2011
Maçonaria - Fernando Pessoa
«A Maçonaria compõem-se de três elementos: o elemento iniciático, pelo qual é secreta; o elemento fraternal; e o elemento a que chamarei humano – isto é, o que resulta de ela ser composta por diversas espécies de homens, de diferentes graus de cultura, e o que resulta de ela existir em muitos países, sujeita portanto a diversas circunstâncias de meio e de momento histórico, perante as quais, de país para país e de época para época, reage, quanto a atitude social, diferentemente.
Nos primeiros dois elementos, onde reside essencialmente o espírito maçónico, a Ordem é a mesma sempre em todo o mundo. No terceiro, a Maçonaria – como aliás qualquer instituição humana, secreta ou não – apresenta diferentes aspectos, conforme a mentalidade de maçons individuais, e conforme circunstâncias de meio e momento histórico, de que ela não tem culpa.
Neste terceiro ponto de vista, toda a Maçonaria gira, porém, em torno de uma só ideia – a tolerância; isto é, o não impor a alguém dogma algum, deixando-o pensar como entender.»
Fernando Pessoa
"Hino a Pã" - Aleister Crowley, tradução de Fernando Pessoa
HINO A PÃ
De Mestre Therion (Aleister Crowley)
Vibra do cio subtil da luz,
Meu homem e afã
Vem turbulento da noite a flux
De Pã! Iô Pã!
Iô Pã! Iô Pã! Do mar de além
Vem da Sicília e da Arcádia vem!
Vem como Baco, com fauno e fera
A ninfa e sátiro à tua beira,
Num asno lácteo, do mar sem fim,
A mim, a mim!
Vem com Apolo, nupcial na brisa
(Pegureira e pitonisa),
Vem com Artémis, leve e estranha,
E a coxa branca, Deus lindo, banha
Ao luar do bosque, em marmóreo monte,
Manhã malhada da âmbrea fonte!
Mergulha o roxo da prece ardente
No ádito rubro, no laço quente,
A alma que aterra em olhos de azul
O ver errar teu capricho exul
No bosque enredo, nos nós que espalma
A árvore viva que é espírito e alma
E corpo e mente - do mar sem fim
(Iô Pã! Iô Pã!),
Diabo ou deus, vem a mim, a mim!
Meu homem e afã!
Vem com trombeta estridente e fina
Pela colina!
Vem com tambor a rufar à beira
Da Primavera!
Com frautas e avenas vem sem conto!
Não estou eu pronto?
Eu, que espero e me estorvo e luto
Com ar sem ramos onde não nutro
Meu corpo, lasso do abraço em vão,
Áspide aguda, forte leão -
Vem, está vazia
Minha carne, fria
Do cio sozinho da demonia.
À espada corta o que ata e dói,
Ó Tudo-Cria, Tudo-Destrói!
Dá-me o sinal do Olho Aberto,
E da coxa áspera o toque ereto,
E a palavra do Louco e do Secreto,
Ô Pá! Iô Pã!
Iô Pá! Iô Pã Pã! Pã! Pã! Pã,
Sou homem e afã:
Faze o teu querer sem vontade vã,
Deus grande! Meu Pã!
Iô Pã! Iô Pã! Despertei na dobra
Do aperto da cobra.
A águia rasga com garra e fauce;
Os deuses vão-se;
As feras vêm. Iô Pã! A matado,
Vou no corno levado
Do Unicornado.
Sou Pã! Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã!
Sou teu, teu homem e teu afã,
Cabra das tuas, ouro, deus, clara
Carne em teu osso, flor na tua vara.
Com patas de aço os rochedos roço
De solstício severo a equinócio.
E raivo, e rasgo, e roussando fremo,
Sempiterno, mundo sem termo,
Homem, homúnculo, ménade, afã,
Na força de Pã.
Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã! Iô Pã!
Tradução de Fernando Pessoa
"A Natureza é trina. Há uma natureza visível, objectiva e uma natureza invisível, pujante, dinâmica, exacto modelo da outra, e seu princípio vital. Acima destas duas, o espírito, fonte de todas as forças, o único eterno e indestrutível. As duas inferiores mudam constantemente; a terceira superior, não."
H.P.Blavatsky
in "Ísis sem Véu"
H.P.Blavatsky
in "Ísis sem Véu"
terça-feira, 15 de março de 2011
"Intimamente, ou antes, indissoluvelmente, ligada ao Karma, está também a lei do renascimento, ou da reencarnação da mesma individualidade espiritual, numa longa, quase interminável série de personalidades. Estas se assemelham às varias roupagens e personagens representadas pelo mesmo actor, com cada uma das quais ele se identifica e é identificado pelo público, durante o espaço de umas poucas horas."
H.P. Blavatsky
in "Voz do Silêncio"
H.P. Blavatsky
in "Voz do Silêncio"
segunda-feira, 14 de março de 2011
"Aquele que não pratica o altruísmo; que não está preparado para dividir o seu último pedaço de pão com alguém mais fraco ou mais pobre do que ele; que deixa de ajudar o seu irmão, qualquer que seja a sua raça, nação ou credo, quando e onde quer se encontre sofrendo; que faz ouvidos moucos aos gritos da miséria humana; que dá ouvidos à difamação de uma pessoa inocente, seja um irmão teosofista ou não, e não toma a sua defesa como se fosse a sua própria - esse não é teosofista."
H.P.Blavatsky
in "Lúcifer"
H.P.Blavatsky
in "Lúcifer"
domingo, 13 de março de 2011
sábado, 12 de março de 2011
sexta-feira, 11 de março de 2011
quinta-feira, 10 de março de 2011
"A Ordem Martinista" - Dário Vellozo
A ORDEM MARTINISTA
Por Dario Vellozo
Artigo escrito em 1925. Texto original compilado da Revista Gnose , Janeiro de 1945.
No Século XVIII, a França viu florescer, - a par da ENCICLOPÉDIA, precursora do POSITIVISMO que se acentúa da Ch. Fourier e Saint-Simon a Comte, em pleno século das luzes, - diversas ordens de ILUMINADOS, místicos e teosófos.
A ORDEM MARTINISTA aparece afirmando o espiritualismo cristão de Martines de Pasqually, continuado por Luiz Claudio de Saint-Martin, - o FILÓSOFO DESCONHECIDO.
J. M. Ragon, na Ortodoxia Maçonica, e Marconis, no RAMO DE OURO DE ELEUSIS, referem-se ao "Rito do Martinismo" ou "Rito de Saint-Martin", - disseminados na França, Alemanha e na Prússia, a princípio constituido de dez gráus, mais tarde reduzido a sete e denominado Escossismo reformado de Saint-Martin.
Quando se compunha de dez gráus, dividia-se em dois templos, compreendendo 7 gráus o primeiro templo, 3 o segundo.
PRIMEIRO TEMPLO:
1. Aprendiz
2. Companheiro
3. Mestre
4. Mestre Perfeito
5. Mestre Eleito
6. Grande Arquiteto
7. Maçon do Segredo
SEGUNDO TEMPLO:
8. Príncipe de Jerusalém
9. Cavaleiro da Palestina
10. Kadosh ou homem santo
Após a redução de a 7 gráus, compreendia:
1. Aprendiz
2. Companheiro
3. Mestre
4. Mestre Perfeito
5. Mestre Eleito
6. Mestre Escocês
7. Sábio
Marconis afirma, fôra o "Rito de Saint-Martin fundado em Paris, a 7 de maio de 1798".
E acrescenta: "As doutrinas desta instituição fundam-se nas de Martines Pascalis... Suas instruções tratam da criação do homem, de sua desobediência, punição, regeneração e reintegração em sua inocência e nos bens que perdeu com o pecado original. Seu fim é o aperfeiçoamento do homem afim de que possa aproximar-se do Soberano Mestre, de que emanou. Quando o adepto tenha recobrado os seus direitos primitivos, pode conhecer os segredos da natureza e a teologia mística."
De Martines de Pascalis, adianta: "Martines de Pascalis era um alemão, nascido cerca de 1700, de família pobre; mas, com a idade de dezesseis anos sabia grego e latim; esteve na Turquia, Arábia e Damasco; instrui-se nos mistérios do Templo; criou uma ordem particular de Rosa Cruzes; este rito produziu em Paris a LOJA DOS FILADELFOS, tinha doze gráus, cuja ciencia toda repousava nas químicas ciencia ocultas; esta Loja possuía rica bibliotéca em monumentos maçonicos e literários".
Quiçá, nem todas as informações prestadas por Marconis fiquem isentas de crítica. O Sr. João Antunes, em a MAÇONARIA INICIÁTICA, livro de vulgarização, nem sempre doutrinas e fatos apreciando devidamente, coloca em Portugal o berço de Martines.
"A ORDEM MARTINISTA, organizada pelo judeu português Pascoal Martins (Martines de Pasqually), no século XVIII, modificada por Saint-Martin, está atualmente muito espalhada..."
Comquanto o livro do Sr. João Antunes nem sempre expresse a verdade, quando se aprecía a Maçonaria, é provavel a traduza ao dizer da terra natal do mestre de Saint-Martin.
Do FILÓSOFO DESCONHECIDO - diz Ragon: "Luiz Claudio, marquêz de Saint-Martin, oficial no Regimento de Foix, teósofo celebre, chamado o filósofo desconhecido, nasceu em Amboise, em 1743. Embuido dos sistemas de Pasqually e Swendenborg compôs uma filosofia particular, de espiritualismo puro, que tudo atribue a Deus, e pregou-a com sucesso em Paris. Neste rito, que tem seu nome, modificou as doutrinas de seu mestre Martines-Pasqually..."
Escreveu Saint-Martin: DOS ERROS E DA VERDADE (obra mística); QUADRO NATURAL (Relações entre Deus, o homem e o universo); O HOMEM DE DESEJO; O MISTÉRIO DO HOMEM ESPÍRITO; traduções de obras de Boëhme.
* * *
A Inicição Martinista manteve-se de iniciado a iniciador, desde Saint-Martin a Chaptal (o Desconhecido), a Henri Delaage, até Papus.
Papus (Dr. Gérard Encausse), nascido em Corona, na Espanha, a 13 de julho de 1865, era doutor em medicina pela Faculdade de Paris, onde residia.
Re-organizou a Ordem Martinista, feitas as primeiras iniciações pessoais entre os anos de 1884-1885.
Em 1891 constituiam o Supremo Conselho, cuja presidencia coube a Papus, até seu falecer, durante a grande guerra, em 25 de outubro de 1916.
A ORDEM MARTINISTA irradiou-se pela Europa, Egyto e Asia; alcançou a América.
Já no Tratado Elementar de Ciencia Oculta; já no opusculo MARTINEZISMO etc., já no livro consagrado a Saint-Martin, se encontram nítidos ensinamentos que bem definem os intuitos de Papus e a atual organização da Ordem.
"A ORDEM MARTINISTA é centro átivo de difusão iniciática".
"Constitue Cavalaria do Altruismo oposta à liga egoica dos aspectos materiais, escola em que se aprende a dar ao dinheiro o justo valor social e não considera-lo como influxo divino." (Ver Phaneg-94)
Papus proclama cristão o MARTINISMO; entende, porém, que "seu espírito é nitidamente anti-clerical". (Martinesismo 129)
"Não pedindo a seus membros nem cotizações, nem joias de ingresso na Ordem, não exigindo nenhum tributo regular de suas Lojas ao Supremo Conselho, o Martinismo ficou fiél a seu espírito e a suas origens, fazendo da probresa material sua primeira regra".
"Ao Martinismo basta-lhe o bordão, o manto, a lanterna... Se afivela a espada, é pelo Ideal, pela Verdade, pela Justiça. Apoia-se ao bordão do Conhecimento, a luz da lanterna procura o Caminho, sob o manto vela-se de modestia, de silencio.
'Não aplaude a intolerância e não alimenta o odio; não cultiva as paixões, não serve ao despotismo. Se possível passa incognito.
'O Martinismo pede a "seus adeptos um trabalho intelectual perseverante, criar escolas, distribuindo seus gráus exclusivamente por exame, abrindo suas portas a todos, com a condição de justificar qualquer riqueza intelectual e moral, excluindo os indolentes e pedantes que supunham algo obter com dinheiro". (Papus - obra cit.)
"...ficaremo simplesmente fervorosos cavaleiros do Cristo, inimigos da violência e da vingança, sinarquistas resolutos, opostos a toda desordem de cima ou de baixo, em uma palavra: Martinistas, como o foram nossos respeitáveis antepassados Martines Pasqually, Claudio de Saint-Martin e Willermoz".
A Sinarquia, sistêma politico, em que aparecem a igualdade e a independencia dos poderes moral, legislativo, judiciário e administrativo, afins em principios, harmonicos em ação e autonomos na função, vizando a absoluta liberdade de consciencia, a ordem e o progresso, a evolução espiritual do ser; a Sinarquia, descrita por Saint-Ives d'Alveydre, estudada por Barlet e tentada por Papus, encontrada na Ordem Martinista, propicio meio de expressão mundial, levando aos povos mensagens de paz e solidariedade, o critério de Direito a substituir definitivamente o criterio de militarismo.
Rito Maçonico, o Martinismo, acorde com o estatuto fundamental da Maçonaria, pede a creação e manutenção de tribunais pacifistas, como o de Haya, aplaude a Liga das Nações, almeja a regulamentação do Direito Internacional, a unificação das aspirações politicas da humanidade.
A tendencia "de fundir a teoria kabalistica da emanação com as dotrinas do cristianismo, tendencia que preparou o caminho à união dos Rosa-Cruzes com os Martinistas e Iluminados", surgiu hierarquia iniciática, prendendo institutos diversos nos élos da mesma corrente esotérica.
A Rosa Cruz, a que chegam iniciados, seguindo o caminho do Martinismo, aproxima o Oriente do Ocidente; o Mazdeismo e o Cristianismo, o Egito e a Celtida, a Kabala e o Evangelho, Cristina, Zaratustra. Pytagoras, Jesus: sintese inciática do Ocidente, como já o fôra, nos albores da civilização helenica, a revelação de Orfeu e a doutrina de Krotona.
No intuito de seletar elementos para a Ordem Martinista, para a O+K+R+C+ e outros centros de estudos iniciáticos menos acessíveis, fundou Papus o Grupo Independente de Estudos Esotéricos, a séde em Paris.
O MARTINISMO NO BRASIL
Encontro, em 1900, há, pois, vinte e cinco anos, em Curitíba, o Centro Esotérico "LUZ INVISIVEL", autorizado e filiado ao Grupo Independente, de Papus.
Do livro de Atas, constata-se, reunia-se o Centro Esotérico num dos salões do Club Curitibano, gentilmente cedido.
A CARTA CONSTITUTIVA - IX - 39 - 03, tinha-a o Centro, em 10 de julho de 1900. Funcionou alguns anos.
Entre seus membros figuraram: Drs. Euzebio Siveira da Motta, Reynaldo Machado, Emiliano Pernetta, Ermelino Leão, Azevedo Macedo, Sebastião Paraná, Claudio dos Santos, Abeylard de Queiroz, Manoel Carrão, Generoso Borges, Exma. Snra. Josefina Rocha, Coronel Mario Tourinho, Romario Martins, Magnus Sondalh, J. U. Assis Rocha, Domingos Duarte Velloso, Tito Velloso, João Leite Junior, Walfrido F. de Abreu, Jesuíno Ribas, João Pedro Scheleder, Julio Pernetta, Manoel Pacheco de Carvalho, Augusto Stresser, Ricardo de Lemos.
Desses nobres espiritos que se interessavam pelos problemas espiritualistas, à luz da Ciencia, alguns desapareceram já, outros se teem afirmado supernos todos, contribuindo para dar a Curitíba, nos albores do século XX, o realce das sociedades ocultas.
Em 1904, presumo, havia no Paraná alguns Martinistas.
A carta nº 141, conferida pelo S.'.C.'., nomeava Delegados Especiais para representar a Ordem Martinista no Brasil, elegendo para sede Curitíba.
Em junho de 1904, contava o Paraná um Delegado Geral dessa Ordem iniciática, o diplona assinado pelo Dr. Papus, P.'.S.'.C.'.
Estes subsidios contribuirão para a historia das associações iniciáticas no Paraná; explicarão tendenças fraternistas, a emergir da imprensa e do livro, atravéz dos anos; indicarão, houve fatores iniciáticos concorrendo para fortalecer intuitos superiores, a concordia, a tolerancia, a harmonia, pulindo arestas à superstição, ao fanatismo.
Significam dedicações pelas idéias liberais, esforços altruisticos, afim de que a liberdade de consciencia flutue por sobre o negror da intolerancia.
Retiro Saudoso, 7-11-1925
Nota da Redação: - Prosseguindo a obra dos Curitibanos do ano de 1900, a Ordem Martinista, filiada ao antigo Grupo Independente de Papus, ressurgiu novamente no Brasil, com a fundação da "LOJA REGENERAÇÃO", na cidade do Rio de Janeiro, em 5 de novembro de 1944. Contribuiu para isso, a passagem por esta capital de um Inspetor Geral da Ordem, munido de poderes especiais para fundar centros de estudos e Lojas. Segundo estamos informados, foi nomeado um Delegado para superintender as atividades Martinistas no Brasil.
Fonte: Blogue Rosacruzes
quarta-feira, 9 de março de 2011
Regime Escocês Rectificado - Nuno Nazareth Fernandes
O Regime Escocês Retificado
E.S. Ir:.NUNO NAZARETH FERNANDES
Grao Mestre do Grande Priorado Independente da Lusitania
Grao Mestre do Grande Priorado Independente da Lusitania
1-O Regime Escocês Rectificado A sigla R.E.R. é usada simultaneamente para designar o Rito e o Regime.
Stricto senso um "Regime" é governado pelos "Altos Graus" e um "Rito" é baseado na igualdade entre Mestres. Em termos correntes o Rito Rectificado é o Rito utilizado e praticado pelas Lojas Escocesas Rectificadas ou seja o cerimonial maçónico em que essas Lojas trabalham utilizando os Rituais dos "Graus Simbólicos" que nos foram legados fundamentalmente pelos Conventos das Gálias (1778) e de Wilhelmsbad (1782).
Stricto senso um "Regime" é governado pelos "Altos Graus" e um "Rito" é baseado na igualdade entre Mestres. Em termos correntes o Rito Rectificado é o Rito utilizado e praticado pelas Lojas Escocesas Rectificadas ou seja o cerimonial maçónico em que essas Lojas trabalham utilizando os Rituais dos "Graus Simbólicos" que nos foram legados fundamentalmente pelos Conventos das Gálias (1778) e de Wilhelmsbad (1782).
Entende-se por Regime Escocês Rectificado o Sistema Maçónico completo em seis Graus assim organizados:
Lojas Azuis ou de S. João:
Aprendiz , Companheiro e Mestre
Lojas Verdes ou de St.André
Mestre Escocês de Santo André
Ordem Interior
Escudeiro Noviço e Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa (C.B.C.S)
Ou seja o Regime divide-se entre uma Maçonaria Simbólica em quatro Graus e uma Ordem Interior de Cavalaria Espiritual Cristã e Maçónica. Os quatro primeiros Graus eram originalmente governados por um Diretório Escocês Nacional cuja autoridade máxima era o Deputado Mestre Nacional (equivalente aos atuais Grão Mestres dos Grandes Orientes e Grandes Lojas), ele próprio dependente estruturalmente do Grande Priorado da Ordem dos C.B.C.S. o qual governava diretamente a Ordem Interior constituída por Comendadorias e Prefeituras de Cavaleiros.
Existiam ainda mais dois "graus" os de Professo e Grande Professo equivalentes, digamos assim a uma Classe Sacerdotal os quais rápida e oficialmente desapareceram. Hoje em dia, em termos de Maçonaria dita Regular, os Grandes Priorados entregaram o governo administrativo das Lojas azuis às respectivas Grandes Lojas, conservando, ou devendo conservar a tutela ritual e simbólica, através de Tratados de mútuo reconhecimento. Reservam para si a tutela das Lojas de Santo André e a Ordem Interior.
Idêntica atitude é observada em relação à Maçonaria dita não regular. Assim, em França, existem protocolos semelhantes entre Grandes Priorados e o Grande Oriente de França e a Grande Loja Ópera. O Grande Priorado das Gálias (G.P.D.G.), recentemente, entrou em rota de colisão com a G.L.N.F., Grande Loja Nacional Francesa (Regular) não havendo, de momento, em França um Grande Priorado internacional e maioritariamente aceite como regular. O G.P.D.G. voltou ao modelo do sec. XVIII e chamou a si o governo das Lojas azuis administrando assim os seis Graus. Existem Grandes Priorados de C.B.C.S., regulares, em Portugal (Grande Priorado Independente da Lusitânia, (G.P.I.L.), no Togo, na Bélgica, Prefeituras em Espanha (sob tutela de um Grande Priorado de K.T.) e naturalmente na Suíça, o Grande Priorado Independente da Helvécia (G.P.I.H.) o qual, historicamente, ficou com as patentes originais francesas.
Todos estes Grandes Priorados mantêm relações de amizade com os Grandes Priorados Anglo-Saxónicos de Knight Templars (K.T.) e Knights of Malta (K.M.). 2-Origem Histórica
O R.E.R. nasce em França na segunda metade do sec. XVIII, tem um eclipse aparente no sec. XIX e, sobretudo a partir de 1960, está em franco ressurgimento. É um Rito essencialmente Cristão. Mas Cristão no sentido mais lato do termo. É, dentro do Cristianismo, um rito ecuménico embora se possa considerar restritivo em relação a outras religiões mesmo que monotéistas. Admite como é óbvio, como visitas, nas suas Oficinas Irmãos de outros Ritos, sejam eles Cristãos, Judeus ou Muçulmanos, embora só dele possam fazer parte, como obreiros, cristãos, o que é lógico já que em todos os trabalhos e juramentos está presente o Evangelho segundo S.João (incluindo nas Lojas de Santo André), aberto no primeiro Capítulo. O Rito é fundamentalmente Joanita. Está ligado à mensagem de Amor e Tolerância do Novo Testamento sem detrimento da Justiça vinculada pelo Antigo Testamento.
Está ligado à "Tradição Templária" em termos de Herança Espiritual e próximo da "Gnose Cristã". Não é um Rito Católico é um Rito Cristão. É provavelmente o Rito mais próximo da Maçonaria Operativa de origem Medieval. Ou seja da Maçonaria anterior a "24 de Junho de 1717".
Em Loja Simbólica os obreiros, além de avental e luvas, usam,todos, uma espada e um chapéu triangular embora só a partir do grau de mestre se possam cobrir. O Regime é resultante dos trabalhos de vários Maçons ilustres de que se deve destacar Jean Baptiste Willermoz, comerciante de sedas de Lyon.
Face a uma dispersiva disparidade de Ritos e Sistemas maçónicos na altura existentes e à preponderância que a Estrita Observância Templária (S.T.O.) alemã começava a ter no mundo maçónico, intrigado, fascinado e depois um pouco séptico pelo sistema maçónico dos "Eleitos Cohen" de Martinez de Pasqually, Willermoz parte para a criação de um Rito que reflecte essas três tendências: · A Maçonaria existente em França na sua vertente mais significativa (Escossismo) " As doutrinas cabalístico/ocultistas do teosofismo martinezista do Sistema de Martinez de Pasqually. · O Sistema da Estrita Observância Templária do Barão de Hunt também apelidada de Maçonaria Rectificada (Reforma de Dresde), sistema alemão em que a vertente cavaleiresca se sobrepunha à maçónica já que se reclamava de não só herdeira mas restauradora da Ordem do Templo extinta em 1312.
Willermoz, muito inteligentemente, retira à S.T.O. as sua pretensões Templárias, no sentido de restauração político material e temporal da Ordem e reclama-se de uma herança espiritual apenas. Acalma assim as Monarquias existentes e a Igreja de Roma. Mantém o conteúdo esotérico do sistema de Pascallis mas avança para um ecumenismo não impregnado da teosofia martinezista onde por um lado introduz as teses de Martinez sobre a origem primeira do Homem, a sua condição atual e destino final no Universo mas sem entrar em choque com a mensagem inicial da Tradição Cristã divulgada através dos primeiros Padres da Igreja.
Não divorcia totalmente da prática maçônica praticada em França ou seja do Escossismo e dos vários graus que sintetizados mais tarde irão em 1786/87 vir a constituir o Rito Francês. Resultado dos vários Conventos que se sucedem o R.E.R. acaba por ser finalmente estabelecido em 1782, em Wilhelmsbad, embora Willermoz continue a trabalhar nos diversos rituais até 1802.
A Revolução foi madrasta para o Regime e para a Maçonaria em geral. Durante o sec.XIX ele acaba teoricamente por desaparecer em França e a última Loja a praticá-lo, em Besançon, acaba por entregar à Prefeitura de Genève a tutela do Regime e do Rito. Na Alemanha e Países Escandinavos desenvolviam-se sistemas semelhantes que conduziram basicamente ao Rito Sueco e ao Rito de Zinnendorf. Em 1913, Eduardo de Ribancourt e outros Graus 33 pretendem restaurar o Rito no seio do Grande Oriente de França. Face à posição por este então assumida dirigem-se a Genève onde são armados C.B.C.S. e recebem a Carta Patente que lhes permite na volta erguer colunas da Loja Nº 1, "Le Centre des Amis" que está na origem da fundação da Grande Loja Nacional Independente para a França e Colônias, mais tarde Grande Loja Nacional Francesa, única potência maçônica reconhecida pela Inglaterra em França.
Mais tarde constitui-se o Grande Priorado das Gálias que irá administrar todo o Regime. Em 1958 este assina um protocolo com a G.L.N.F. passando esta a ter toda a autoridade administrativa sobre os graus azuis. Em Portugal o Regime está também na origem da Grande Loja Regular de Portugal (Graus azuis) tendo as Lojas de Santo André e a Ordem Interior sido introduzidas pelo Grande Priorado Independente da Helvécia com a criação do Grande Priorado da Lusitânia.
Fonte: Hermanubis
"Nenhuma forma pode vir à existência objectiva - da mais elevada à mais inferior - antes de vir à tona o ideal abstracto desta forma - ou, como chamaria Aristóteles, a privação desta forma. Antes de um artista, delinear um quadro, cada traço característico desse quadro já existe em sua imaginação. Para podermos ver um relógio, é preciso que ele tenha existido em sua forma abstracta na mente do relojoeiro. O mesmo se diga quanto à forma do homem."
H.P. Blavatsky
in "Ísis sem Véu"
H.P. Blavatsky
in "Ísis sem Véu"
segunda-feira, 7 de março de 2011
"O dever de um teosofista para consigo mesmo é controlar e vencer, através do Eu Superior, o seu eu inferior, purificar-se interna e moralmente, não temer ninguém e nada, a não ser o tribunal da própria consciência. Nunca fazer uma coisa pela metade; i,é., se ele a julga certa, que a faça aberta e corajosamente; se errada, que jamais a comece."
H.P.Blavatsky
in "Chave da Teosofia"
H.P.Blavatsky
in "Chave da Teosofia"
domingo, 6 de março de 2011
sábado, 5 de março de 2011
"A Rosa e a Cruz" - Arthur Piepenbrink
A Rosa e a Cruz
Arthur Piepenbrink
O símbolo usado pela Ordem Rosacruz conta toda a história das nossas provas e tribulações, bem como das nossas alegrias e realizações. Nesta mensagem, vamos mostrar-lhes como a Rosa-Cruz se faz evidente em todas as fases da nossa vida. Ela é uma lembrança constante da dualidade do Cósmico; do princípio de que nossas consecuções só vêm com trabalho e esforço; de que não podemos ter a Rosa sem a Cruz, nem a Cruz sem a Rosa.
A Rosa-Cruz não simboliza apenas o caminho da realização pessoal, mas, uma mensagem ainda mais profunda e importante é a de que ela é eterna. Não é difícil as pessoas aceitarem a idéia de que temos de trabalhar pelo que desejamos conseguir, mas quase ninguém anseia por fazer isto para sempre. Quase todo mundo anseia pelo dia de repouso, pelo dia em que tenha atingido sua meta e nunca mais tenha de trabalhar.
Este sentimento vem da nossa tendência de seguir a linha de menor resistência, nossa velha adversária no esquema da lei Cósmica. É por isto que muitas pessoas anseiam pela aposentadoria, ou pela morte - como uma transição de um mundo de preocupações para um mundo de bem-aventurança eterna, em que todos os cuidados tenham desaparecido. Esta condição é muito forte no mundo, e é regularmente apoiada e encorajada, principalmente por doutrinas religiosas.
Esta é uma das situações contra as quais somos advertidos nas lições Rosacruzes. Se uma premissa básica está errada, o erro do caminho que decidimos seguir na vida fica assim determinado. Quanto mais errada é a premissa, mais crítico é o caminho que seguimos. Por exemplo, se temos uma premissa básica sobre a vida segundo a qual não há justiça na Natureza, agimos ou nos comportamos em conformidade com isto, e fazemos muitas coisas de modo diferente de como as faríamos se acreditássemos que houvesse essa justiça. Esta premissa, naturalmente não é verdadeira, como a compreendemos. Portanto, se acreditássemos nela e nos comportássemos em conformidade com isto, com freqüência estaríamos fazendo uma coisa errada e nos metendo em dificuldades. Esta premissa nos levaria a pensar que poderíamos fazer qualquer coisa impunemente. Ela nos poderia tornar imprudentes e desrespeitosos. Teríamos então mais inimigos do que amigos, porque não trataríamos os outros como gostaríamos que eles nos tratassem. A Regra de Ouro não faria sentido. Nossa vida estaria se precipitando na direção errada.
Por experiência e observação, constatamos que a premissa de justiça é correta. Quando a seguimos, temos cuidado com o que dizemos e fazemos. Somos sensíveis quanto ao que os nossos atos podem provocar para nós mesmos. Estamos conscientes da lei natural de causa e efeito; de que para toda ação há uma reação. Usamos a Regra de Ouro como guia na vida. Temos certeza de que há uma compensação para todos os nossos atos, e de que a justiça é parte forte da natureza do Cósmico. Em conseqüência, sentimo-nos em harmonia com a vida. Boas coisas nos acontecem. Sabemos o que precisamos fazer para nos mantermos em harmonia com a vida. Estamos então no caminho certo.
Quando consideramos a própria vida, estabelecemos a maior de todas as premissas e, se estamos errados a este respeito, toda a nossa vida é afetada. Ora, quando nos perguntamos por que há tanto infortúnio no mundo, por que tantas pessoas são infelizes, e por que as pessoas não conseguem se ajustar à vida que as cerca, vemos que é principalmente porque elas estão encarando a vida de modo errado, e que é por isto que não conhecem a verdadeira natureza do SER, como nós conhecemos. Não sabem ao certo se haverá sempre uma reação a tudo o que façam, porque não conhecem o eletromagnetismo, sua polaridade dual, e sua tendência de sempre voltar ao estado de equilíbrio. Não sabem ao certo qual é o sentido da vida, nem por que afinal estão vivendo, visto que não conhecem a natureza do SER. Não sabem nada a respeito da unidade, porque não conseguem ver todas as coisas diferentes de sua vida como partes de UM SÓ e vasto Ser. Por isto, fazem suposições, e logo todo mundo acaba com uma idéia ligeiramente diferente sobre a vida. É de admirar então que as pessoas tenham tanta dificuldade para se unir em qualquer coisa?
Isso nos traz de volta à Rosa-Cruz. Os Rosacruzes partem da premissa de que somos responsáveis pelos nossos atos. Acreditamos que o mérito e a luz não vêm a nós sem trabalho e esforço, nunca; e acreditamos que o mérito e a luz têm de ser sempre cuidados e vigiados, para que não os percamos.
A Rosa representa mérito e luz. A Cruz representa trabalho e esforço. A Rosa é apenas parcialmente aberta, simbolizando o fato de que estamos sempre crescendo ou evoluindo, sem jamais alcançarmos um ponto em que não tenhamos mais para onde ir, ou nada mais a atingir.
Em muitos casos, a Cruz é entendida no sentido de nossas provas e tribulações, mas seu primeiro significado é de trabalho e esforço. Trabalho e esforço constituem a nossa primeira opção, e podemos satisfazer os requisitos da Cruz mantendo a nossa vida em ordem antes que aconteça alguma coisa. Quando negligenciamos a nossa vigilância; quando nos tornamos preguiçosos; quando deixamos cessar aquilo que se faz necessário para nos mantermos sadios e produtivos, é então que deixamos a luz se extinguir. É então que nos vemos tropeçando nas trevas, forçados a trabalhar duas vezes mais para restaurar essa luz. E é então que a Cruz se torna uma prova e uma tribulação. Mas ela nunca tem de ser isto; nunca!
Fonte: Blogue Rosacruzes
sexta-feira, 4 de março de 2011
quinta-feira, 3 de março de 2011
"Por sua natureza complexa, a alma pode descer e aliar-se tão estreitamente à natureza corporal, a ponto de impedir que uma vida superior exerça qualquer influência moral sobre ela. Por outro lado, pode ligar-se tão estreitamente ao Nous, ou Espírito, a ponto de partilhar da sua potência; neste caso, o seu veículo - o homem físico - aparecerá como um Deus, mesmo durante a sua vida terrestre."
H.P.Blavatsky
in "A Modern Panarion"
H.P.Blavatsky
in "A Modern Panarion"
quarta-feira, 2 de março de 2011
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