sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Doutrina da Reintegração - Louis Claude de Saint-Martin




"Afastemos pois, de nós as ideias criminosas e insensatas desse nada, à qual homens cegos ensinam que devemos nossa origem. Não envileçamos nosso ser, que é feito de uma sublime diferença que constitui seu Princípio, pois segundo as leis físicas, nada pode elevar-se senão ao grau de onde desceu. No entanto, essas leis deixariam de ser verdadeiras ou universais se o princípio do homem fosse o nada. Tudo nos indica nossas relações com o mesmo centro, produtor da universalidade material e da universalidade corporal, mesmo que todos nossos esforços tendam continuamente, a apropriar-nos de um ou de outro e a atrair as virtudes até ao redor de nós".


"Observemos, ainda, que está doutrina sobre a emanação do ser intelectual do homem, concorda com a que nos ensinaram, que todos nossos descobrimentos não são senão reminiscências. Pode-se dizer, ainda, que estas duas doutrinas sustém-se mutuamente, pois se somos emanados da fonte universal da verdade, nenhuma verdade deve parecer-nos nova e, reciprocamente, se alguma verdade nos parece nova, ela é só aparente. No entanto, nós não percebemos senão a recordação e a representação do que estava escondido em nosso interior; em consequência, devemos ter tomado conhecimento dessas verdades, primitivamente, na fonte universal da verdade."


"Pode-se dizer que todos os seres criados e emanados na região temporal, inclusive o homem, trabalham na mesma obra: redescobrir sua identidade com o Princípio, isto é, crer sem cessar até chegar ao ponto de produzir seus frutos. Eis aí porque o homem, tendo a recordação da luz e da verdade, prova que ele descende da morada da luz e da verdade."


Louis Claude de Saint-Martin
in "A Origem e o Fim do Homem contido no Quadro Natural"

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