A Iniciação é incoerentismo, ciência das incoerências. Enquanto que ao querermos dar coerência ao mundo, nós o complexificamos pelo conceito, ao reconhecermos a incoerência, ou a não-coerência do mundo,nós simplificamo-lo. Ora, a Iniciação é Simplificação, pois a percepção pura unifica, enquanto que o conceito multiplica e separa.
Em toda a conquista do Ser, existe um caminho pedagógico, evolutivo, religioso (que religa), periférico, e o caminho iniciático, ascético, por ruptura, uma devolução que provoca a experiência directa do Absoluto.
A entidade que nasce da ascese está necessariamente separada do mundo, o mundo consome-se na experiência do real, pois a incondicionalidade do esforço (e não o próprio esforço) faz reconhecer o mundo por aquilo que ele é, reflexo, sonho enebriado. Mas esta entidade, nascida da ascese, separada da persona, permanece separada do Ser até à dissolução do corpo físico. Ela é, de alguma maneira, a última máscara, o último reflexo, o reflexo mais puro, mas sempre um reflexo, reflexo suficientemente puro contudo para autorizar a experiência da imortalidade nesta vida, neste corpo.
A Tradição faz por vezes referência à inversão dos candelabros (por exemplo em Gustav Meyrink que foi Grão Mestre dos Irmãos Iniciados da Ásia), imagem simbólica próxima da do Enforcado do Tarot. Há duas inversões dos candelabros. Falando literariamente, eu poderei dizer que a primeira, a inversão (ou rotação) lateral corresponde aos mistérios menores, e que a segunda, a inversão (ou rotação) vertical corresponde aos mistérios maiores. A primeira inversão permite rodar para o mundo paradoxal e apreender o jogo ou a relatividade do mundo fenomenal. A segunda inversão dos candelabros constitui a apreensão do Real pelo adepto, ao mesmo tempo que a apreensão do adepto pelo Real.
É buscando a incoerência da coerência que a primeira inversão dos candelabros se pode produzir, é percebendo a coerência magnífica e divina da incoerência que a segunda inversão dos candelabros se manifesta.
Em toda a conquista do Ser, existe um caminho pedagógico, evolutivo, religioso (que religa), periférico, e o caminho iniciático, ascético, por ruptura, uma devolução que provoca a experiência directa do Absoluto.
A entidade que nasce da ascese está necessariamente separada do mundo, o mundo consome-se na experiência do real, pois a incondicionalidade do esforço (e não o próprio esforço) faz reconhecer o mundo por aquilo que ele é, reflexo, sonho enebriado. Mas esta entidade, nascida da ascese, separada da persona, permanece separada do Ser até à dissolução do corpo físico. Ela é, de alguma maneira, a última máscara, o último reflexo, o reflexo mais puro, mas sempre um reflexo, reflexo suficientemente puro contudo para autorizar a experiência da imortalidade nesta vida, neste corpo.
A Tradição faz por vezes referência à inversão dos candelabros (por exemplo em Gustav Meyrink que foi Grão Mestre dos Irmãos Iniciados da Ásia), imagem simbólica próxima da do Enforcado do Tarot. Há duas inversões dos candelabros. Falando literariamente, eu poderei dizer que a primeira, a inversão (ou rotação) lateral corresponde aos mistérios menores, e que a segunda, a inversão (ou rotação) vertical corresponde aos mistérios maiores. A primeira inversão permite rodar para o mundo paradoxal e apreender o jogo ou a relatividade do mundo fenomenal. A segunda inversão dos candelabros constitui a apreensão do Real pelo adepto, ao mesmo tempo que a apreensão do adepto pelo Real.
É buscando a incoerência da coerência que a primeira inversão dos candelabros se pode produzir, é percebendo a coerência magnífica e divina da incoerência que a segunda inversão dos candelabros se manifesta.
Trecho do livro: “ O louco de Shakti, imortalidade, par e alquimia, Lisboa, Hugim, 1998, págs 17 e 18 (edição bilíngüe)” de Remi Boyer
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