«Pode-se então convir desde já que a infelicidade actual do homem não está em ignorar que ele tem uma verdade, mas em se equivocar quanto à natureza dessa verdade; [...]
Mas o que perturba esse sentimento no homem e obscurece tão frequentemente nele os raios vivos dessa luz é a contínua mistura de bem e mal, de luzes e trevas, de harmonia e desordens que ele percebe no Universo e em si mesmo. Esse contraste universal o inquieta e espalha em suas ideias uma confusão que ele tem dificuldade para desembaraçar. Aflito, tanto quanto surpreso, com tão estranha combinação, se ele quer explicá-la entrega-se às opiniões mais desastrosas, de modo que, logo cessando de sentir essa mesma Verdade, perde toda a confiança que nela depositava. O maior serviço que lhe podemos prestar na penosa situação em que ele se encontra seria então o de persuadi-lo de que se pode conhecer a fonte e a origem dessa desordem que o confunde e sobretudo de impedi-lo de nada concluir contra essa Verdade que ele admite, ama e sem a qual não pode passar.»
Louis Claude de Saint-Martin
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