Segundo os historiadores os Menires e as Antas ou Dólmenes são construções do período neolítico e calcolítico. O Menir é um megálito (pedra grande), uma coluna erguida em direcção ao céu. A Anta é igualmente urna construção megalítica formada por pedras colocadas na vertical, formando urna câmara circular, sobre a qual assenta uma laje. Baseados no que foi encontrado, os arqueólogos referem que as Antas eram monumentos funerários. Quanto aos Menires não há grande informação sobre para que serviam, admitindo-se estarem relacionados com o simbolismo da vitalidade devido à sua forma fálica e à fecundidade da terra.
Com o intuito de os estudar sob o ponto de vista das suas características energéticas e de localização, desloquei-me recentemente ao Alentejo com os nossos amigos Paulo Alexandre Loução e Ana Isabel Vieira, investigadores das profundas raízes lusitanas. Paulo Loução é o autor dos livros Os Templários na Formação de Portugal, Portugal Terra de Mistérios, A Descoberta do Brasil, A Viagem de Vasco da Gama e O Espírito dos Descobrimentos Portugueses da Editora Ésquilo de que a todos vivamente recomendo a leitura. No seu mais recente livro intitulado A Alma Secreta de Portugal há um capítulo, ilustrado, dedicado à pesquisa que efectuamos.
Interessa-nos fundamentalmente verificar se os Menires e as Antas apresentam características semelhantes, principalmente no que diz respeito à sua localização em relação a: cursos de água subterrânea, rede global (Hartmann), rede diagonal (Curry), equilíbrio cosmo-telúrico, vórtices, polaridades, taxas vibratórias, raios fundamentais e outros critérios de análise.
Sinto que estas construções eram, e em alguns casos ainda são, multi-funcionais, a diferentes níveis. Fundamento-me no que consigo detectar através da pesquisa radiestésica. Assim, em minha opinião, quer as Antas quer os Menires destinar-se-iam a ser:
- Locais de iniciação coletiva relacionadas com a preparação para a vida e para a morte em ambientes de perfeito equilíbrio cosmo-telúrico.
- Locais de encontro, de populações dispersas, de acordo com os ciclos de sementeira, colheita, reprodução ou das fases da Lua, eclipses, e outros fenómenos astronómicos.
- Locais favoráveis, à domesticação e crescimento de animais, à caça ou ao crescimento de plantas alimentares e medicinais.
- Como refere a arqueo-astronomia, também conhecida por astro-arqueologia, não é de afastar a possibilidade das suas localizações (dentro de certas áreas) reflectirem no solo as estrelas que formam constelações no céu.
Especificamente, as Antas destinar-se-iam a ser:
- Locais rituais de "passagem", portas ou telas que separam a vida da morte. Poderiam perfeitamente ser lugares de morte "assistida" bem como de nascimento fisico (partos) pela sua configuração protectora, circular, em que na parte central encontramos espaços completamente livres de factores perturbadores. Detectamos a presença de verde negativo, uma fortíssima frequência que, como factor isolado (o que não é o caso da anta) pode provocar efeitos muito nefastos a nível celular.
- Indicadores, através dos seus eixos cardeais, da posição precisa do Sol e/ou da Lua em Equinócios e/ou Solstícios.
- Locais de culto à Mãe Natureza, relacionados com o elemento água. A própria confluência de vários veios de água subterrânea (que contornam mas não atravessam a anta) num ponto à frente da sua entrada, podia servir como fonte de abastecimento de água principalmente quando os veios se encontram a pequena profundidade.
Especificamente, os Menires destinar-se-iam a ser:
- Como que sinalizadores de lugares sagrados. As elevadas taxas vibratórias assim o indicam.
- Sob o ponto de vista involutivo: fixadores de consciência para aceleração da penetração do espírito na matéria com o consequente aumento de sensibilidade.
- Sob o ponto de vista evolutivo: intensificadores de percepção psíquica para resolução de necessidades colectivas.
- Locais relacionados com a agricultura, com o gado e com o elemento terra. Os Menires são antenas emissoras que desenvolvem uma acção contínua e vitalizante sobre o meio ambiente. Ao contrário das Antas, os Menires concentram em si vários factores como veios de água subterrânea e cruzamentos das redes. Por força dessa concentração, as malhas das redes Hartmann e Curry são aí menores que o normal. No menir que estudamos foi possível verificar que o mesmo se encontra a cerca de um metro do ponto de confluência dos factores, ou seja do seu local original. Concluímos que quando foi levantado em 1964 deve ter sofrido um deslizarnento que apesar de pequeno é importante uma vez que reduz todo o seu potencial.
Portugal tem, dentro da Península Ibérica, uma quantidade de antas e menires muito importantes. Com a excepção nítida da Galiza e algumas faixas costeiras de Espanha (a norte e a sul) eles cobrem a totalidade do território nacional. Dir-se-ia que os limites de Portugal há muito já estavam marcados por essas construções!
É para nós dificil imaginar que os construtores das Antas e Menires tenham sido os homens primitivos a que normalmente se associa o período neolítico. Estas construções revelam precisamente o contrário. Embora sejam estruturas arquitectónicas simples, mas variadas, os locais onde foram levantados mostram um padrão constante e elaborado que não pode ser obra do acaso. Quem os edificou tinha necessariamente conhecimentos que hoje se ignoram. Então a questão que se coloca é: ou essas construções são muito mais antigas do alguma vez foi imaginado ou teremos de rever conceitos da pré-história dados como adquiridos.
A possibilidade do equívoco histórico foi bem caracterizada por lbrahim Karim. Diz ele que se a humanidade daqui a 10.000 anos desconhecer o que seja a electricidade (porque entretanto foram descobertas outras formas de energia e a electricidade abandonada), os arqueólogos da altura dirão que por volta do século XX D. C. havia deuses comuns em toda a Terra, que a humanidade adorava em suas casas e cujos nomes mais conhecidos eram: Sony, Grundig Panasonic e Philips...
Christopher Bird e Peter Tompkins autores do livro The Secret Life of Plants mostram que certas experiências com plantas só se verificam se o experimentador se encontrar em determinados estados psíquico/emocionais. Recentes experiências na área da Física Quântica vão no mesmo sentido. O que é isto quer dizer? No que se refere às Antas, Menires, Cromeleques (agrupamentos de menires dispostos em círculo) e Alinhamentos (grupo de menires organizados em linha recta) o estado em que nos encontramos é determinante, ou seja, se nesses monumentos só sentirmos que estamos diante de um conjunto de pedras, então elas reagirão em conformidade: serão somente pedras, tão "brutas" e fechadas quanto os observadores. Se, no entanto, interagirmos com elas, com respeito e consideração (semelhante ao que os xamãs de todo o mundo têm para com a natureza e o que consideram sagrado) então essas mesmas pedras começam a "falar", a revelar os seus segredos e inclusive a ajudar-nos, se para tal forem solicitadas (cumprindo, naturalmente, uma das funções para que foram construídas).
Bill Cox, quando esteve em Portugal em 2001, referiu-nos a possibilidade de, através da Psicometria, poderem ser lidas impressões sobre contecimentos passados que estão gravadas em objectos e pedras. Como é possível? De um lado temos a capacidade de registo do silício (que utilizamos todos os dias nos computadores, relógios ou chips dos cartões bancários). Do outro lado está a sensibilidade do operador. Porque contêm silício, as pedras são como que gigantescas bases de dados que registam tudo o que presenciaram ao longo do tempo. Podemos dizer que uma nova ciência está a surgir através do desenvolvimento da sensibilidade psíquica. Também aqui a Radiestesia dá o seu contributo.
Vimos em antas e menires sinais de violação (grafites e restos de rituais de magia) mas também tivemos oportunidade de ver autênticos santuários naturais, felizmente protegidos e "invisíveis" aos olhos do materialismo actual. Tal como na lenda, o Galo, apesar de degolado, continua a cantar, anunciando a aurora...
Porque será que tantas igrejas antigas foram edificadas em lugares megalíticos?
Como bem observou o Paulo Loução, que ligação poderá haver entre os Menires e os Pelourinhos? Ou os Obeliscos? pergunto eu.
Se há quem, actualmente, utilize pequenos menires para funções de harmonização ambiental, será ambição exagerada fazermos o mesmo para esse e outros fms? Se há quem, há muito, utilize a Radiestesia na pesquisa arqueológica, será demasiada ousadia tentarmos o mesmo em Portugal?
Por tudo o que aqui foi dito, era importante que mais radiestesistas pesquisassem, no terreno, de forma sistemática, as antigas construções. São legados em pedra de um valor incalculável que tanto ajudaram no passado como o podem fazer agora. O que cada um vier a descobrir será ou não coincidente, mas o mais importante é abrir caminhos, pistas de investigação, que contribuam à aproximação da arte e da ciência para beneficio espiritual da humanidade.
J. Alexandre CottaPublicado no Raio Solar nº6 – Outono 2002 (Jornal da Associação Cultural Radiestesia Lusitaniae - correio-e: rlusitaniae@mail.telepac.pt -Fonte: Lusophia
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