A Iniciação se define como a passagem a uma outra-maneira de ver, de viver e de agir; a entrada em um outro-lugar real – real, mesmo, por excelência. Desta realidade, da eficácia da Iniciação, a Humanidade é testemunha desde suas origens.
Hoje todos concordamos sobre o fenómeno da Iniciação: trata-se de um conjunto de ritos e ensinamentos, um conjunto de símbolos que provoca uma modificação radical na posição religiosa e social do indivíduo. Trata-se de uma ‘mudança ontológica no regime existencial’. O Iniciado é um outro... Um convite a ser verdadeiramente eu... O Iniciado sabe que a verdadeira vida é do outro lado. Ele não foge, nem para frente, nem para trás. Ele se aprofunda.
O cenário da Iniciação é quase constante: as provas, uma morte, uma ressurreição. Ou ainda um novo nascimento.
O Iniciado é um outro. Ele passou da ignorância ao saber, à ciência. Mas, qual ciência? Qual saber? Primeiro, ele sabe que abandonou a ignorância. Diz-se que passou da natureza à cultura. Que seja. Mas foi para ser e para compreender a natureza e compreender que a compreende. Para penetrar em seu interior paralelamente à entrada em si-mesmo. No esoterismo de-si e no do mundo. Na raiz comum. A Iniciação é descoberta do sentido profundo, de um outro valor que não o sensível, de verdadeiro valor do sensível. É uma revelação sobre o sagrado, sobre a morte, sobre a sexualidade; sobre o mundo e sobre mim; sobre a sociedade; sobre minhas relações com os outros e com a natureza que é simplesmente um outro...
Robert Amadou
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