«Caímos estupefactos diante do mistério que nós próprios fabricamos, e dos enigmas da vida que não queremos resolver, e depois acusamos a grande Esfinge de nos devorar. Mas, em verdade, não há um acidente em nossa vida, não há um dia mau ou uma desgraça, cuja causa não possa ser encontrada em nossas próprias acções, neste ou noutra existência. Se alguém infringe as leis da harmonia ou, conforme a expressão de um teósofo, as "leis da vida", deve estar preparado para cair no caos que ele mesmo produziu.»
H. P. Blavatsky
in "Doutrina Secreta"
quinta-feira, 30 de junho de 2011
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Sincronicidade
«Emprego, pois, aqui o conceito geral de "sincronicidade" no sentido específico de coincidência temporal de dois ou mais acontecimentos sem ligação causal e carregados de um sentido idêntico ou análogo; isso por oposição ao "sincronismo", que designa apenas a simples simultaneidade dos acontecimentos.»
Carl Gustav Jung
Carl Gustav Jung
«A divisão da história da humanidade, em Idade de Ouro, Prata, Cobre e Ferro, não é uma ficção. Vemos a mesma coisa na literatura dos povos. Uma idade de grande inspiração e de inconsciente produtividade é invariavelmente seguida de uma idade de actividade crítica e consciente. Uma proporciona material para a análise e entendimento crítico da outra.»
H. P. Blavatsky
in "Ísis em Véu"
H. P. Blavatsky
in "Ísis em Véu"
"Sob a vestimenta da Torah, que são as palavras, e sob o corpo da Torah, que são os Mandamentos, encontra-se a alma, que é o mistério oculto. É o mistério oculto que faz a Lei dada por Deus superior a todas as leis feitas pelo homem, ainda que essas últimas possam aparecer mais grandiosas e parecer mais lógicas. Há uma alma dentro da alma, que respira com a Lei."
Shimon ben Yochai
terça-feira, 28 de junho de 2011
«Ninguém deve entrar no Ocultismo, nem mesmo tocar nele antes de estar perfeitamente familiarizado com os seus próprios poderes, e de saber como comensurá-lo com suas próprias acções. E isto ele só pode fazer estudando a filosofia do Ocultismo antes de entrar num exercício prático.»
H. P. Blavatsky
in "Lúcifer"
H. P. Blavatsky
in "Lúcifer"
Palácio da Pena
"Hoje é o dia mais feliz da minha vida. Conheço a Itália, a Sicília, a Grécia e o Egipto, e nunca vi nada, que valha a Pena. É a coisa mais bela que já vi. Este é o verdadeiro jardim de Klingsor - e, lá no alto, está o Castelo do Santo Graal."
Richard Strauss
segunda-feira, 27 de junho de 2011
domingo, 26 de junho de 2011
"A Linguagem dos Pássaros " - René Guénon
Wa eç-çâffâti çaffan, Faz-zâjirâti zajran, Fat-tâliyâti dhikran...
("Para os que estão enfileirados em ordem,
E que dão caça repelindo,
E que recitam a invocação...")
("Para os que estão enfileirados em ordem,
E que dão caça repelindo,
E que recitam a invocação...")
(Alcorão, XXXVII, 1-3)
Nas diversas tradições, fala-se com freqüência de uma linguagem misteriosa denominada "linguagem dos pássaros", designação evidentemente simbólica, pois a importância atribuída a ela, como prerrogativa de uma alta iniciação, não permite que seja tomada de forma literal. Tanto é, que se lê ainda no Alcorão: "E Salomão foi o herdeiro de Davi; e disse: Ó homens, temos sido instruídos na linguagem dos pássaros (ullimna mantiqat-tayri) e cumulados de todas as coisas..." (XXVII, 15). Por outro lado, vê-se que os heróis vencedores do dragão, como Siegfried na lenda nórdica, compreendem também a linguagem dos pássaros, o que nos permite interpretar facilmente o simbolismo em questão. De fato, a vitória sobre o dragão tem por conseqüência imediata a conquista da imortalidade, representada por algum objeto que o dragão defendia de qualquer aproximação. Essa conquista da imortalidade implica essencialmente a reintegração no centro do estado humano, isto é, no ponto em que se estabeleceu a comunicação com os estados superiores do ser. Tal comunicação é representada pela compreensão da linguagem dos pássaros, pois, de fato, os pássaros são tomados com freqüência como símbolo dos anjos, ou seja, precisamente dos estados superiores. Já tivemos ocasião de citar, em outra parte,(1) a parábola evangélica na qual se fala, nesse sentido, de "pássaros do céu" que vêm pousar sobre os ramos da árvore, a mesma árvore que representa o eixo que passa pelo centro de cada estado de ser, ligando todos os estados entre si.(2)
No texto do Alcorão, que reproduzimos acima, considera-se o termo eç-çâffât designa literalmente os pássaros, mas que se aplica simbolicamente aos anjos (el-malaïkah); assim, o primeiro versículo significa a constituição das hierarquias celestes ou espirituais.(3) O segundo versículo exprime a luta dos anjos contra os demônios, das potências celestes contra as potências infernais, ou seja, a oposição entre os estados superiores e os inferiores.(4)
É a mesma luta, na tradição hindu, dos Devas contra os Asuras, e também, de acordo com um simbolismo inteiramente semelhante ao que estamos tratando, do combate de Garuda contra o Naga, no qual encontramos ainda a serpente ou o dragão de que falávamos. Garuda é a águia, às vezes substituída por outros pássaros como o íbis, a cegonha e a garça, todos destruidores de répteis.(5) Enfim, no terceiro versículo, vê-se os anjos recitando o dhikr, que, na interpretação mais comum, é considerado como sendo a recitação do Alcorão, não, bem entendido, do Alcorão expresso em linguagem humana, mas de seu protótipo eterno inscrito na "tábua guardada" (el-lawhul-mahfûz), que, como a escada de Jacó, estende-se do céu à terra, portanto através de todos os graus da Existência Universal. (6)
É a mesma luta, na tradição hindu, dos Devas contra os Asuras, e também, de acordo com um simbolismo inteiramente semelhante ao que estamos tratando, do combate de Garuda contra o Naga, no qual encontramos ainda a serpente ou o dragão de que falávamos. Garuda é a águia, às vezes substituída por outros pássaros como o íbis, a cegonha e a garça, todos destruidores de répteis.(5) Enfim, no terceiro versículo, vê-se os anjos recitando o dhikr, que, na interpretação mais comum, é considerado como sendo a recitação do Alcorão, não, bem entendido, do Alcorão expresso em linguagem humana, mas de seu protótipo eterno inscrito na "tábua guardada" (el-lawhul-mahfûz), que, como a escada de Jacó, estende-se do céu à terra, portanto através de todos os graus da Existência Universal. (6)
Do mesmo modo, na tradição hindu, diz-se que os Devas, em sua luta contra os Asuras, protegeram-se (achhan dayan) pela recitação dos hinos do Veda, motivo pelo qual esses hinos receberam o nome chhandas, palavra que designa precisamente o "ritmo". A mesma idéia está ainda contida na palavra dhikr, que, no esoterismo islâmico, aplica-se às fórmulas ritmadas que correspondem de modo exato aos mantras hindus. Trata-se de fórmulas cuja repetição tem por objetivo produzir uma harmonização dos diferentes elementos do ser e de determinar as vibrações capazes de estabelecer, por sua repercussão, através da série de estados em hierarquia indefinida, uma comunicação com os estados superiores o que é, aliás, de modo geral, a razão de ser essencial e primordial de todos os ritos.
Somos assim reconduzidos, como se vê, ao que dizíamos no início sobre a "linguagem dos pássaros", que também podemos chamar "linguagem angélica", cuja imagem no mundo humano é a linguagem ritmada, pois é na "ciência do ritmo", a qual comporta múltiplas aplicações, que se baseiam em definitivo todos os meios que podem ser colocados em ação para estabelecermos comunicação com os estados superiores. É por isso que uma tradição islâmica diz que Adão, no Paraíso Terrestre, falava em versos, isto é, em linguagem ritmada. Trata-se da "língua siríaca" (loghah sûryâniyah) da qual falamos em nosso estudo precedente sobre a "ciências das letras" e que deve ser vista como tradução direta da "iluminação solar" e "angélica", tal como se manifesta no centro do estado humano. É também por isso que os Livros Sagrados são escritos em linguagem ritmada, o que os torna completamente diferentes de simples "poemas", no sentido profano do termo, como quer o preconceito antitradicional dos "críticos" modernos. Aliás, a poesia não era; na origem, essa vã "literatura" que surgiu da degradação que se explica pela marcha descendente do ciclo humano, e tinha um verdadeiro caráter sagrado (7). Vestígios do que estamos dizendo podem ser encontrados até na Antigüidade ocidental clássica, quando a poesia era ainda denominada "língua dos Deuses", expressão equivalente à que já indicamos, visto que os "Deuses", isto é, os Devas, (8) são, como os anjos, a representação dos estados su¬periores. Em latim, os versos eram denominados carmina, designação que se referia à sua utilização no cumprimento dos ritos; a palavra carmem é idêntica ao sânscrito Karma, que deve aqui ser tomado em seu sentido especial de "ação ritual" (9). Desse modo, o poeta, intérprete da "língua sagrada", através da qual transparece o Verbo Divino, era vates, palavra que o caracterizava como dotado de inspiração de algum modo profética. Mais tarde, por uma outra degeneração o vates reduziu-se a um vulgar "adivinho"(10), e o carmem (que deu a palavra francesa "charme") tornou-se um "encantamento", isto é, uma operação de baixa magia. Aí está um exemplo do fato de que a magia, e mesmo a feitiçaria, é o que subsiste como último vestígio de tradições desaparecidas.
Essas poucas indicações bastarão, acreditamos, para mostrar o quanto estão errados aqueles que zombam das narrativas que tratam da "linguagem dos pássaros". É, na verdade muito fácil e muito simples tratar com desdém, como "superstições", tudo aquilo que não se compreende. Mas os antigos sabiam muito bem o que diziam quando empregavam a linguagem simbólica. A verdadeira "superstição", no sentido estritamente etimológico (quod superstat), é o que sobrevive a si mesmo, ou seja, numa palavra, a "letra morta". Mas essa conservação, por menos digna de interesse que possa parecer, não é, contudo, uma coisa tão desdenhável, pois o espírito que "sopra onde quer" e quando quer pode sempre vir revivificar os símbolos e os ritos, e restituir-lhes, com seu sentido perdido, a plenitude de sua virtude original. * * *
Notas:
* Publicado na revista Le Voile d’Isis, nov., 1931.
1. L'Homme et son devenir selon le Vêdânta, cap.III.
2. No simbolismo medieval do Peridexion (corruptela de Paradision), observam-se pássaros sobre os ramos da árvore e o dragão a seu pé (ver Le Symbolisme de La Croix, Cap. IX). Num estudo sobre o simbolismo do "pássaro do paraíso" (Le Rayonnement intellectuel, maio-junho, 1930), o Sr. L. Charbonneau-Lassay reproduziu uma escultura em que esse pássaro está figurado apenas pela cabeça e asas, forma sob a qual os anjos são muitas vezes representados.
3. A palavra çaff, "fila", "ordem", está entre muitas outras que alguns julgaram possível atribuir a origem dos termos çûfí e taçawwuf. Ainda que essa derivação não pareça aceitável do ponto de vista lingüístico, não deixa de ser verdade que, como muitas ou¬tras do mesmo gênero, ela representa na verdade uma das idéias contidas nesses termos, pois as "hierarquias espirituais" identificam-se essencialmente aos graus da iniciação.
4. Essa oposição é traduzida em todo ser pelas tendências ascendentes e descendentes, denominadas sattwa e tamas na doutrina hindu. É também o que o Mazdeísmo simboliza pelo antagonismo da luz e das trevas personificadas, respectivamente, por Ormuzd e Arimã.
5. Ver a esse respeito, os notáveis trabalhos do Sr. Charbonneau-Lassay sobre os símbolos animais de Cristo.
É importante notar que a oposição simbólica do pássaro e da serpente só se aplica quando esta última é encarada sob seu aspecto maléfico; ao contrário, sob seu aspecto benéfico, ela se une às vezes ao pássaro, como na figura de Quetzalcóatl das antigas tradições americanas. No entanto, encontra-se também no México o combate da águia contra a serpente. Pode-se, para o caso da associação do pássaro e da serpente, lembrar o texto evangélico: "Sejam doces como as pombas e prudentes como as serpentes" (Mateus, 10,16).
6. Sobre o simbolismo do Livro, ao qual este se refere diretamente, ver Le Symbolisme de Ia Croix, cap. XIV.
7. Pode-se dizer, de modo geral, que as artes e as ciências tornaram-se profanas apenas por causa dessa degradação, que as despojou de seu caráter tradicional e, portanto, de todo significado de ordem superior. Já discorremos sobre esse assunto nos livros O Esoterismo de Dante, cap. II, e A Crise do Mundo Moderno, cap. IV.
8. O sânscrito Deva e o latim Deus são a mesma palavra.
9. A palavra "poesia" deriva-se, também, do verbo grego poiein, que tem a mesma significação que a raiz sânscrita Kri, da qual vem Karma, e que se encontra no verbo latino creare, entendido em sua acepção primitiva. Tratava-se, na origem, portanto, de uma coisa completamente diferente da simples produção de uma obra artística ou literária, no sentido profano que Aristóteles parece ter empregado ao falar do que denominava "ciências poéticas".
10. A palavra "adivinho" também se desviou de seu sentido, pois etimologicamente era o mesmo que divinus, significando então "intérprete dos deuses". Os "auspícios" (que vem de aves spicere, "observar os pássaros), presságios obtidos do vôo e do canto dos pássaros, estão mais próximos da "linguagem dos pássaros", entendida neste caso em seu sentido mais material, mas no entanto ainda identificada com a "linguagem dos
deuses", visto admitir-se que estes manifestavam sua vontade através de presságios; os pássaros desempenhavam assim o papel de "mensageiros", análogo ao que em geral se atribui aos anjos (daí seu próprio nome, visto que é precisamente esse o sentido próprio da palavra grega angelos), se bem que tomado sob um aspecto muito inferior.
"O Coração Irradiante e o Coração Ardente" - René Guénon
Ao nos referirmos a propósito da "luz e da chuva", às representações do Sol com raios alternadamente retilíneos e ondulados, mencionamos que as duas espécies de raios se encontram também, de modo muito semelhante, em certas figurações simbólicas do coração. Um dos exemplos mais interessantes é o do coração figurado sobre um pequeno baixo-relevo de mármore negro, que data aparentemente do século XVI e provém do Convento Cartuxo de Saint-Denis d'Orques, tendo sido estudado por L. Charbonneau-Lassay.(l) Esse coração irradiante está colocado no centro de dois círculos sobre os quais se encontram respectivamente os planetas e os signos do Zodíaco, o que o caracteriza de forma evidente com o "Centro do Mundo", sob a dupla relação do simbolismo espacial e do simbolismo temporal.(2) Essa figuração é evidentemente "solar", mas no entanto, o fato de que o Sol, entendido no sentido "físico", encontra-se colocado no círculo planetário, tal como deve estar normalmente no simbolismo astrológico, mostra muito bem que se trata nesse caso do "Sol espiritual".
Vale a pena lembrar que a assimilação do Sol ao coração, na medida em que ambos têm igual significação "central", é comum a todas as doutrinas tradicionais, no Ocidente e no Oriente. Proclo, por exemplo, assim fala ao se dirigir ao Sol: "Ocupando acima do éter o trono do meio, e tendo por imagem um círculo deslumbrante que é o Coração do Mundo, tu preenches a tudo com uma providência pronta a despertar a inteligência."3 Citamos de preferência esse texto, ao invés de muitos outros, em virtude da menção formal que se faz à inteligência. E, tal como já explicamos em muitas oportunidades, o coração é considerado também, antes de mais nada, em todas as tradições, como a sede da inteligência.4 Aliás, segundo Macróbio, "o nome Inteligência do Mundo que se dá ao Sol corresponde ao de Coração do Céu;(5) fonte da luz etérea, o Sol é para esse fluido o que o coração é para o ser animado.(6) Plutarco, ainda, escreveu que o Sol, "tendo a força de um coração, espalha e emite de si o calor e a luz, como se fosse o sangue e o sopro.7 Encontramos nessa última passagem, tanto para o coração como para o Sol, a indicação do calor e da luz, que correspondem às duas espécies de raios que considerávamos. E se o "sopro" está aí relacionado à luz, é porque na verdade se constitui no símbolo do espírito, que é em essência a mesma coisa que a inteligência. Quanto ao sangue, é evidentemente o veículo do "calor vivificante", o que se refere mais em particular ao papel "vital" do princípio que é o centro do ser.(8)
Em certos casos, a figuração do coração dispõe de apenas um desses dois aspectos: a luz é naturalmente representada por uma irradiação de tipo comum, isto é, formada apenas de raios retilíneos, enquanto que o calor é representado, de hábito, por chamas que saem do coração. Podemos além disso observar que a irradiação, mesmo quando os dois aspectos estão reunidos, parece sugerir, de modo geral, uma reconhecida preponderância ao aspecto luminoso. Essa interpretação é confirmada pelo fato de que as representações do coração irradiante, com ou sem distinção das duas espécies de raios, são as mais antigas, datando na maioria dos casos de épocas em que a inteligência era ainda tradicionalmente referida ao coração, enquanto que as representações do coração ardente se difundiram sobretudo com as idéias modernas que reduzem o coração a corresponder apenas ao sentimento.9 E sabemos que, de fato, quase se chegou ao ponto de se dar apenas este último significado ao coração, e de se esquecer inteiramente sua relação com a inteligência. A origem desse desvio pode sem dúvida ser atribuída em grande parte ao racionalismo, na medida em que este pretende identificar pura e simplesmente a inteligência à razão; porém o coração nato está de modo algum relacionado à razão, mas sim ao intelecto transcendente, que no entanto, precisamente, é ignorado e mesmo negado pelo racionalismo. Na verdade, porém, a partir do momento em que o coração passa a ser considerado como o centro do ser, todas as modalidades desse ser podem num certo sentido ser referidas, ao menos indiretamente, ao próprio coração, inclusive o sentimento ou o que os psicólogos denominam "afetividade"; isso torna possível ainda observar as relações hierárquicas que decorrem do fato de apenas o intelecto ser verdadeiramente "central" e das demais modalidades só terem um caráter mais ou menos "periférico". No entanto, na medida em que a intuição intelectual que reside no coração passa a ser desconhecida (10) e tem a sua função "iluminadora" (11) usurpada pelo cérebro, nada mais resta ao coração que a possibilidade de ser considerado como a sede da afetividade. (12) Além disso, o mundo moderno deveria ver nascer ainda, como uma espécie de contrapartida do racionalismo, o que se poderia denominar de sentimentalismo, ou seja, a tendência de ver no sentimento o que há de mais profundo e mais elevado no ser, e de afirmar sua supremacia sobre a inteligência. E é evidente que tal coisa, como tudo que na realidade constitui a exaltação do "infra-racional", só pôde produzir-se porque a inteligência tinha sido previamente reduzida à razão pura e simples.
Agora, se deixarmos de lado o desvio moderno que acabamos de indicar e quisermos, dentro de seus legítimos limites, estabelecer uma certa relação do coração com a afetividade, deveremos considerar tal relação como resultado direto do papel do coração como "centro vital" e sede do "calor vivificante", ficando assim a vida e a afetividade coisas muito próximas entre si, ou mesmo inteiramente conexas, enquanto a relação com a inteligência é por certo de uma ordem muito diferente. Quanto ao mais, essa estreita relação entre a vida e a afetividade está expressa de maneira clara pelo próprio simbolismo, visto serem ambas, representadas sob aspecto de calor.(13) E é em virtude dessa mesma assimilação que, embora de uma forma muito pouco consciente, fala-se habitualmente na linguagem comum do calor do sentimento ou da afeição. (14) É preciso ainda notar a esse respeito que, quando o fogo se polariza em seus dois aspectos complementares, a luz e o calor, estes, em sua manifestação, encontram-se por assim dizer em razão inversa entre si. Sabemos, mesmo do ponto de vista da física, que uma chama é de fato tanto mais quente quanto menos ilumina. Do mesmo modo, o sentimento só é na verdade um calor sem luz.15 Também no homem pode ser encontrada uma luz sem calor, como a razão, que é uma luz refletida, fria como a luz lunar que a simboliza. Na ordem dos princípios, ao contrário, os dois aspectos, como todos os complementares, estão juntos e unidos indissoluvelmente, pois são constitutivos de uma mesma natureza essencial. É o que acontece também com o que diz respeito à inteligência pura, que pertence exatamente a essa ordem dos princípios, o que vem confirmar mais uma vez, como indicamos antes, que a irradiação simbólica sob sua dupla forma pode ser-lhe integralmente vinculada. O fogo que reside no centro do ser é luz e calor ao mesmo tempo. Mas, se quisermos traduzir esses dois termos respectivamente por inteligência e amor, ainda que sejam no fundo dois aspectos inseparáveis de uma única coisa, será necessário, para que essa tradução se torne aceitável e legítima, acrescentar que o amor em questão difere do sentimento ao qual se dá o mesmo nome, na mesma proporção em que a inteligência pura difere da razão.
Pode-se compreender facilmente, com efeito, que certos termos tomados da afetividade sejam, como tantos outros, passíveis de serem transpostos analogicamente para uma ordem superior, pois todas as coisas têm de fato, além do seu sentido imediato e literal, um valor de símbolos em relação a realidades mais profundas. E é evidente que isso também ocorre, em particular, todas as vezes em que se trata do amor nas doutrinas tradicionais. Entre os próprios místicos, apesar de certas confusões inevitáveis, a linguagem afetiva aparece sobretudo como um modo de expressão simbólica, pois, seja qual for entre eles a parte incontestável do sentimento no sentido usual dessa palavra, é no entanto inadmissível, apesar do que pretendem os psicólogos modernos, que não exista aí mais que emoções e afeições puramente humanas atribuídas, enquanto tais, a um objeto supra-humano. Entretanto, a transposição torna-se ainda muito mais evidente quando se constata que as aplicações tradicionais da idéia de amor não se limitam ao domínio exoterico e sobretudo religioso, mas estendem-se também ao domínio esotérico e iniciático. É o que ocorre em particular com os inúmeros ramos ou escolas do esoterismo islâmico e também com certas doutrinas da Idade Média ocidental, em especial nas tradições próprias das Ordens da cavalaria,16 bem como na doutrina iniciática, aliás conexa, que encontra sua expressão em Dante e nos "Fiéis de Amor". Podemos acrescentar que a distinção entre a inteligência e o amor, assim entendida, tem sua correspondência na tradição hindu com a distinção entre Jnâna-mârga [caminho do conhecimento] e Bhakti-mârga [caminho da devoção]. A referência que acabamos de fazer às Ordens da cavalaria indica, além do mais, que o caminho do amor é em particular mais apropriado aos kchátrias, enquanto o caminho da inteligência ou do conhecimento é naturalmente aquele que convém sobretudo aos brâmanes. Mas, em suma, trata-se de uma diferença que apenas se aplica à forma de considerar o Princípio, de acordo com a própria diferença das naturezas individuais, mas que não poderia de forma alguma afetar a indivisível unidade do próprio Princípio.
* * *
NOTAS:
1. Le Marbre astronomique de Saint-Denis d'Orques, na Regnabit, fev. 1924, [republicado no livro Le Bestiaire du Christ, cap X]. Esta gravura está reproduzida acima, ao lado do título deste estudo.
2. Existem também, na mesma figura, outros detalhes de grande importância do ponto de vista simbólico: assim, em especial, o coração tem uma chaga, ou alguma coisa com a aparência exterior de uma chaga, com forma de ura iod hebraico, o que se refere ao mesmo tempo ao "Olho do coração" e ao "germe" do avatar que reside no "centro", quer seja este entendido no sentido macrocósmico ( o que é aqui claramente o caso) ou no sentido microcósmico (v. Aperçus sur l’Iniciation, cap. XLVIII).
3. Hymne au Soleil, trad. de Mario Meunier.
4) É claro (e voltaremos a isso mais adiante) que se trata aqui da inteligência pura, no sentido universal, e não da razão, que é o simples reflexo dela na ordem individual e está relacionada ao cérebro; no ser humano, o cérebro está para o coração em relação análoga a que, no mundo, a Lua está para o Sol.
5) A expressão "Coração do Céu", aplicada ao Sol encontra-se também nas antigas tradições da América Central.
6) O Sonho de Cipião, 1,20.
7) Da face que se vê no círculo da Lua, 15,4. Esse texto e o precedente são citados em nota pelo tradutor a propósito da passagem de Proclo que acabamos de reproduzir.
8) Aristóteles assimila a vida orgânica ao calor, no que está de acordo com todas as doutrinas orientais. O próprio Descartes coloca no coração um "fogo sem luz", mas que para ele é apenas o princípio de uma teoria fisiológica exclusivamente "mecanicista”, como toda sua física, o que, bem entendido, nada tem em comum com o ponto de vista tradicional dos antigos.
9) É notável a esse respeito que, em particular no simbolismo cristão, as mais antigas figurações conhecidas do Sagrado Coração pertencem todas ao tipo do coração irradiante, enquanto que naqueles que não remontam além do século XVII, encontra-se o coração ardente de uma forma constante e quase que exclusiva. Aí está um exemplo muito significativo da influência exercida pelas concepções modernas até no domínio religioso.
10) Essa intuição intelectual é exatamente simbolizada pelo "olho do coração".
11) Cf. o que dissemos em outra parte sobre o sentido racionalista dado aos "luminares" do século XVIII, em especial na Alemanha, e sobre a significação correspondente da denominação Iluminados da Baviera
(Aperçus sur l'Initiation, cap. XII).
12) É assim que Pascal, contemporâneo dos inícios do racionalismo propriamente dito, já entende “coração” no sentido exclusivo de “sentimento”.
13. Trata-se aqui, naturalmente, da vida orgânica em sua acepção mais literal, e não do sentido superior no qual a vida, ao contrário, está em relação com a luz, tal como se vê em especial no início do Evangelho de São João (cf. Aperçus sur 1'Initiation, cap. XLVII).
14. Entre os modernos, considera-se também com grande freqüência que o coração ardente representa o amor, não só o amor no sentido religioso, mas também no sentido puramente humano. Era essa a representação corrente, sobretudo no século XVIII.
15. É por isso que os antigos representavam o amor como sendo cego.
16. Sabe-se que a base principal dessas tradições era o Evangelho de São João: "Deus é Amor”, o que seguramente só pode ser compreendido pela transposição do que falamos; e o grito de guerra dos Templários era: “Viva Deus Santo Amor”.
Fonte: Instituto René Guénon
sábado, 25 de junho de 2011
«Tudo é útil na Vida Iniciática: a teoria e a prática, a leitura e a experiência, a discussão e o recolhimento, porém, quando há desequilíbrio, teoria explicativa demais e pouca prática, leitura demais e pouca experiência, discussões demais e pouco recolhimento, o esforço torna-se vão.»
Raymond Bernard
Raymond Bernard
«Penso na décima terceira carta do Tarot: a Morte. E recordo-me da interpretação dada a esse Arcano por Oswald Wirth – o Arcano mudo dos santeiros da Idade Média... "O profano deve morrer para renascer na Vida Superior que a Iniciação confere. Se não morrer em seu estado de imperfeição, ele interdita para si próprio qualquer progresso iniciático. 'Saber morrer' é, pois, o grande segredo do Iniciado, pois, morrendo, desprende-se do que é inferior, para elevar-se, sublimando-se".»
Raymond Bernard
«Desejo que o mundo usufrua dos gloriosos frutos do meu trabalho, desejo despertar a alma e abrir o espírito dos que vivem privados dessa luz que, seguramente, não é invenção minha. Se estiver errado, não creio que o faça deliberadamente. E, ao falar e escrever deste modo, não sou impelido pelo desejo de sair vitorioso, pois que reconheço qualquer tipo de fama e conquista como inimigos de Deus, vãs e sem qualquer honra, se não forem verdadeiras; mas, por amor à sabedoria autêntica e num esforço para reflectir com justeza, fatigo-me, sofro, atormento-me.»
Giordano Bruno
sexta-feira, 24 de junho de 2011
«O conhecimento dos constantes renascimentos da mesma e única individualidade ao longo do Ciclo da Vida; a certeza de que as mesmas Mónadas - entre as quais se acham muitos Dhyan Chohans, ou os próprios "Deuses" - têm de passar pelo "Ciclo da Necessidade", premiadas ou punidas pelo sofrimento padecido ou pelos crimes cometidos na vida anterior... só eles é que podem explicar-nos o problema do Bem e do Mal, e reconciliar o homem com a terrível injustiça aparente da vida.»
H. P. Blavatsky
in "Doutrina Secreta"
H. P. Blavatsky
in "Doutrina Secreta"
terça-feira, 21 de junho de 2011
Alban Hefin - Phillip Carr-Gomm
«E eis-nos chegados à altura do solstício de Verão, Alban Hefin ("Luz da Costa"), a 21 ou 22 de Junho (as datas de cada uma das festas solares variam de ano para ano, dado que os acontecimentos que lhes dão origem são de carácter astral e não fabricados pela mão humana, ao contrário do que acontece com o nosso calendário). É a altura do dia mais longo quando a luz aparece na sua máxima força, e também aquela em que os druidas realizam a sua cerimónia mais complexa. Começando à meia-noite do dia do solstício, é feita uma vigília ao longo de toda a noite, com os participantes sentados em redor da fogueira do solstício. A noite desvanece-se dentro de poucas horas e, quando a primeira luz aparece, a cerimónia da madrugada assinala o momento do nascer do sol no seu dia mais poderoso. [...]»
Philip Carr-Gomm
in "Os Mistérios dos Druidas"
«...É bem assim o homem realmente espiritual: Não é um homem pacatamente virtuoso, uma alma dogmaticamente mansa e domesticada para encampar docilmente as crenças tradicionais. O homem integralmente espiritual é um intrépido aventureiro dos mundos ignotos, um genial sonhador do infinito, uma alma empolgada pela dinâmica inquietude metafísica dos insatisfeitos, dos insaciáveis, dos descontentes com o que "todos" sabem e fascinado pelo que todos ignoram... O homem espiritual, surdo aos barulhos da turba-multa dos profanos e às teses dos catedráticos, escuta intensamente vozes do grande silêncio que principia além de todos os ruídos estéreis. E o que esse silêncio anónimo lhe sugere é mais sedutor do que tudo o quanto os discursos e os sermões dos sabidos e afamados possam lhe dizer.»
Huberto Rhoden
Huberto Rhoden
segunda-feira, 20 de junho de 2011
sábado, 18 de junho de 2011
quinta-feira, 16 de junho de 2011
quarta-feira, 15 de junho de 2011
terça-feira, 14 de junho de 2011
segunda-feira, 13 de junho de 2011
«Sei que despertei e que ainda durmo. O meu corpo antigo, moído de eu viver diz-me que é cedo ainda… Sinto-me febril de longe. Peso-me, não sei porquê…Num torpor lúcido, pesadamente incorpóreo, estagno, entre o sono e a vigília, num sonho que é uma sombra de sonhar. Minha atenção bóia entre dois mundos e vê cegamente a profundeza de um mar e a profundeza de um céu; e estas profundezas interpenetram-se, misturam-se, e eu não sei onde estou nem o que sonho.Um vento de sombras sopra cinzas de propósitos mortos sobre o que eu sou de desperto. Caio de um firmamento desconhecido um orvalho morno de tédio. Uma grande angústia inerte manuseia-me a alma por dentro e, incerta, altera-me, como a brisa aos perfis das copas.Na alcova mórbida e morna a antemanhã de lá fora é apenas um hálito de penumbra. Sou todo confusão quieta… para que há-de um dia raiar?...Custa-me o saber que ele raiará, como se fosse um esforço meu que houvesse de o fazer aparecer.Com uma lentidão confusa acalmo. Entorpeço-me. Bóio no ar, entre velar e dormir, e uma outra espécie de realidade surge, e eu em meio dela, não sei de que onde que não é este…»
Bernardo Soares
in "Livro do Desassossego"
Bernardo Soares
in "Livro do Desassossego"
domingo, 12 de junho de 2011
A Dupla Cadeia - Eliphas Levi
«O movimento das serpentes ao redor do caduceu indica a formação de uma cadeia.
Esta cadeia existe sob duas formas: a forma recta e a forma circular. Partindo de um mesmo centro, ela corta inúmeras circunferências por inúmeros raios. A cadeia recta é a cadeia da transmissão. A cadeia circular é a cadeia da participação, de difusão, de comunhão, de religião. Assim se forma esta roda composta de várias rodas que giram umas nas outras, que vemos flamejar na visão de Ezequiel. A cadeia de transmissão estabelece a solidariedade entre as gerações sucessivas.
O ponto central é branco de um lado e preto do outro.
Ao lado preto se prende a serpente preta; ao lado branco se liga a serpente branca. O ponto central representa o livre-arbítrio primitivo, e ao lado preto começa o pecado original.
Ao lado preto começa a corrente fatal, ao lado branco se prende o movimento livre. O ponto central pode ser representado alegoricamente pela lua e as duas forças por duas mulheres, uma branca e a outra preta.
A mulher preta é a Eva decaída, é a mulher passiva, é a infernal Hécate, que traz o crescente e a lua na fronte.
A mulher branca é Maia ou Maria, que tem, ao mesmo tempo, debaixo dos pés o crescente lunar e a cabeça da serpente preta.
(...)
Os antigos hierofantes gregos representavam também as duas forças figuradas pelas duas serpentes sob a forma de duas crianças que lutavam uma contra a outra, tomando um globo com os pés e outra, tomando um globo com os joelhos.
Estas duas crianças eram Eros e Anteros, Cupido e Hermes, o amor louco e o amor sábio. E a sua luta eterna fazia o equilíbrio do mundo.»
Eliphas Levi
in "Grande Arcano"
sábado, 11 de junho de 2011
«Todos os chamados acusmata se dividem em três categorias: uns indicam o que uma coisa é, outros o que é o mais importante, outros o que se deve ou não fazer. Exemplo da categoria "o que é?" são: O que são as Ilhas dos Bem-Aventurados? O Sol e a Lua. O que é o oráculo de Delfos? A tetractys: que é a harmonia em que cantam as Sereias. Exemplos da categoria "o que é o mais...?" são: Qual é a coisa mais justa? Fazer um sacrifício. O que é mais sábio? O número; mas, em segundo lugar, o homem que deu nomes às coisas. Entre nós, qual é a coisa mais sábia? A medicina. Qual é a mais bela? A harmonia. Qual é a mais poderosa? O conhecimento. Qual a melhor? A felicidade. Que de mais verdadeiro há no que se diz? Que os homens são perversos.»
Jâmblico
in "Vita Pythagorae"
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Tenho Mais Almas que Uma
Vivem em nós inúmeros;
Se penso ou sinto, ignoro
Quem é que pensa ou sente.
Sou somente o lugar
Onde se sente ou pensa.
Tenho mais almas que uma.
Há mais eus do que eu mesmo.
Existo todavia
Indiferente a todos.
Faço-os calar: eu falo.
Os impulsos cruzados
Do que sinto ou não sinto
Disputam em quem sou.
Ignoro-os. Nada ditam
A quem me sei: eu 'screvo.
Ricardo Reis
in "Odes"
Se penso ou sinto, ignoro
Quem é que pensa ou sente.
Sou somente o lugar
Onde se sente ou pensa.
Tenho mais almas que uma.
Há mais eus do que eu mesmo.
Existo todavia
Indiferente a todos.
Faço-os calar: eu falo.
Os impulsos cruzados
Do que sinto ou não sinto
Disputam em quem sou.
Ignoro-os. Nada ditam
A quem me sei: eu 'screvo.
Ricardo Reis
in "Odes"
quinta-feira, 9 de junho de 2011
«O Vigilante, ou o Divino Protótipo, ocupa o degrau superior da Escada do Ser; a Sombra, o inferior. Ademais, a Mônada de cada ser vivente - a menos que a torpeza moral deste venha a romper o elo, fazendo-o extraviar-se e perder-se na "Senda Lunar", consoante a expressão oculta - é um Dhyan Choran individual, distinto de outros, com uma espécie de individualidade espiritual peculiar, durante um determinado Manvantara.»
H. P. Blavatsky
in "Doutrina Secreta"
H. P. Blavatsky
in "Doutrina Secreta"
quarta-feira, 8 de junho de 2011
terça-feira, 7 de junho de 2011
Profecia de Hermes
Oh, meu filho, dias chegarão
Em que os sagrados hieróglifos
Pareçam ídolos, porque o mundo
Tomará por deuses aos emblemas da ciência
E acusarão ao glorioso Egipto
De haver adorado monstros infernais
Mas quem deste modo nos calunia
Adorarão a morte no lugar da vida,
E a loucura em vez da sabedoria.
Abominarão o amor e sua fecundidade
Encherão seus templos de ossos de mortos
Que chamarão relíquias
Malograrão sua juventude em solidão e pranto.
Suas virgens preferirão ser monjas a ser esposas
Porque os homens haverão profanado com menosprezo
Os sagrados mistérios de Isis.
Traduzido por Champollion
«Todas as coisas que sempre foram, que são, ou que serão, têm seus registos na luz astral, ou na lousa do universo invisível. Os adeptos iniciados, utilizando a visão do seu próprio espírito, podem conhecer tudo o que tem sido conhecido ou o que pode ser conhecido.»
H. P. Blavatsky
in "Ísis sem Véu"
H. P. Blavatsky
in "Ísis sem Véu"
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Tetraktys - H. P. Blavatsky
«A Década mística [de Pitágoras] (1+2+3+4=10) é um meio de exprimir esta ideia. O 1 é o símbolo de Deus [O "Deus" de Pitágoras (o discípulo dos sábios árias) não é um Deus pessoal. Recordemos que o filósofo ensinava, como dogma cardeal, que há um permanente Princípio de Unidade sob todas as formas, mutações e fenómenos do Universo.]; o 2 é o da matéria; o 3, combinando a Mônada e Díada e participando da natureza de ambas, é o mundo fenomenal; o 4, a Tétrade, ou forma de perfeição, simboliza o vazio; e o 10, a Década ou soma de tudo, significa o Cosmos integral.»
H. P. Blavatsky
in "Ísis sem Véu"
quinta-feira, 2 de junho de 2011
«Nada é mais fácil do que saber por que a sabedoria é uma loucura aos olhos do mundo; é que ela nos faz perceber, por nossa própria experiência, que, comparado com ela, o mundo é uma loucura. Pois, qual é o homem mais desejoso do verdadeiro que não tenha cometido negligências em sua marcha e que depois não se tenha encarado como um louco, ao retomar a linha da sabedoria?»
Louis-Claude de Saint-Martin
Louis-Claude de Saint-Martin
quarta-feira, 1 de junho de 2011
«A ciência é para o temporal, o amor é para o divino. Pode-se passar sem a ciência, mas não sem o amor, e é pelo amor que tudo vai acabar, porque foi pelo amor que tudo começou e é por ele que tudo existe. Eu gostaria que todas as instruções dos doutores da sabedoria começassem e terminassem com estas palavras: amai a Deus; sereis tão sábios como todos os sábios.»
Louis-Claude de Saint-Martin
Louis-Claude de Saint-Martin
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