segunda-feira, 12 de março de 2012

«Aqueles que possuíram o Divino Conhecimento, brilharão com o esplendor dos Céus... Mas aqueles que o ensinaram aos demais Homens, sob os Votos da Justiça, brilharão como as Estrelas por toda a Eternidade!»


Zohar

domingo, 11 de março de 2012

"A Teosofia e A Teurgia" - Serge Caillet

 
A Teosofia e A Teurgia

Serge Caillet

A Teosofia

1.                  O Martinismo é uma teosofia. Esta teosofia é bem diferente de certos sistemas, tal como o que forjara a Srª. Blavatsky, fundadora, em 1875, da Sociedade Teosófica, que não devemos confundir com a Teosofia, e à que conviria reservar o termo “teosofismo”.
2.                  A teosofia é o conhecimento da verdade, do caminho e da vida. Tudo é uno. A teosofia é o conhecimento, que é a sabedoria de Deus. E este conhecimento é experimental.
3.                  O Martinista é um teósofo. E o que é um teósofo nos explicará um autor anônimo:

“Se entende por teósofo um amigo de Deus e da sabedoria.

O verdadeiro teósofo não recusará nenhuma das inspirações que Deus lhe envia para desvelar-lhe as maravilhas de sua obra e de seu amor, a fim de que o inspire este amor a seus semelhantes mediante seu exemplo e seus conselhos. Eu digo, ao verdadeiro teósofo: todos os que se ocupam somente da teosofia especulativa, não são por ela teósofos, porém podem esperar chegar a sê-lo se tem um verdadeiro desejo, se persistem na resolução que tomaram de imitar as virtudes do Reparador, e poẽ nele toda sua confiança. Um verdadeiro teósofo é por tanto um verdadeiro cristão, assim que se possa convencer por sua doutrina que é a mesma. Esta doutrina está fundada sobre as eternas relações que existem entre Deus, o homem e o Universo; e estas bases se encontram afirmadas nos livros teogônicos de todos os povos, e sobre tudo pelas Sagradas Escrituras interpretadas seguindo ao espírito e não a letra.

Os teósofos, fundamentados em seus princípios, não são volúveis jamais, não discutem nunca; eles tentam convencer pela razoabilidade e pelos fatos; se não podem chegar a isto, guardam o mais profundo silêncio e lamentam os erros que confundem ao espírito de seus semelhantes; rogam a Deus que os ilumine e os prepare para receber a verdade: pois a verdade mostra-se por si mesma sua evidência, somente é necessário que os espíritos estejam preparados para recebê-la.

Assim vemos como os teósofos não fazem jamais sectarismo; não buscam nunca fazer proselitismo, e não se conduzem nunca como sectários; somente se expressam de forma aberta em seus escritos, e quando a ocasião se apresenta na causa da verdade. E, em efeito, podemos chamar sectários aos sábios que, em todos os tempos, tem provado a evidência por seus discursos e por suas ações, as quais admiram verdadeiramente os amigos de Deus?

A unidade e a firmeza de seus princípios devem também distingui-los dos filósofos, cuja diversidade de opiniões inspira naturalmente a desconfiança de seus diferentes sistemas e o mesmo se pode dizer sobre a palavra filosófica, da que tanto se abusou até agora. Pois se a filosofia, tomada em geral, reafirma em seu seio todas as verdades conhecidas, também encobre os erros mais perigosos. Peçamos pelos que se entregam inconsideravelmente ao ensino da verdade sem receber a chama que somente a sabedoria eterna pode dar quando a pedimos com sinceridade, seja para iluminarmos a cada um em nossas trevas, ou seja, para iluminar continuamente nossos semelhantes, se esta sabedoria os julgar dignos dela.

O teósofo é aquele, ou aquela, que tende a contemplar-se no espelho, a fim de refletir sobre a verdade, a vida e a sabedoria. Esta transformação se consegue por purificações sucessivas do corpo e da alma, dos corpos e das almas; se consegue na iniciação interna da qual a iniciação externa é apenas o símbolo, ou mais raramente o meio. Segundo isto nos purificamos separando o mal que está em nós e no que não está em Deus. Separando-nos disto, nos aproximamos ao caminho, a verdade, a vida, isto é a Deus, que é nosso princípio.”
4.                  O motor da iniciação, da purificação, é o desejo.

“O primeiro princípio da ciência que cultivamos é o desejo. Em nenhuma arte temporal, nenhum artesão jamais triunfou sem uma assiduidade, um trabalho e uma continuidade de esforço para chegar a conhecer as diferentes partes da Arte que se propõe abraçar. Seria por tanto inútil pensar que se possa conseguir a sabedoria sem desejo, pois a base fundamental desta sabedoria não é nada mais que um desejo de conhecê-la, que vence todos os obstáculos que se apresentam para fechar-lhe a saída; e não deve parecer surpreendente que este desejo seja necessário, pois é positivamente o pensamento contrário a este desejo o que aleija a todos os que buscam entrar alí”.(1)

Notas:
(1)               Instruções aos homens de Desejo: Documentos Martinistas, Paris 1.979, nº 1, pág. 1.


A Teurgia

5.                  Posto que o Martinismo é uma teosofia, e como o Martinista é um homem ou uma mulher de desejo, o objetivo do Martinismo será o do teósofo: a iniciação. Esta consiste, segundo Saint-Martin, na reintegração em nossa origem, que é Deus.
6.                  O meio de iniciação é a Teurgia. O Martinista é um teurgo. A teurgia une no trato com os anjos, estes espíritos intermediários entre o homem e Deus, e com Deus mesmo e sua sabedoria.
7.                  Se oferece ao teurgo duas vias: a via externa e a via interna. O estudo teórico de uma e de outra se impõe antes da eventual prática. Não há via fácil, porém há vias perigosas. Que cada um siga aqui o conselho do Apóstolo: Examinai tudo, conservai o que é bom.
8.                  Exortação prévia: “(...) o primeiro passo que se deve dar deve ser na senda da humildade, da paciência e da caridade. As virtudes são tão necessárias em nossa Ordem (Ordem dos Elus Cohen) que não se pode fazer nenhum progresso enquanto não se avance nas virtudes(2).
9.                  Martinez de Pasqually foi um praticante da via externa, e a escola da qual era Grande Soberano neste mundo, isto é, a Ordem dos Cavaleiros Maçônicos Elus Cohen do Universo, ensinava a prática da teurgia cerimonial.
10.              Louis-Claude de Saint-Martin, na Ordem dos Elus Cohen, trabalhou durante bastante tempo esta via ao pé da letra. Teve, como seus irmãos, inclinação pelas manifestações. Depois a interiorizou optando pela via interna ou cardíaca de forma também metódica (segundo Papus), porém segundo ele menos perigosa.
11.              Interna ou externa, ninguém pode engajar-se à teurgia sem um profundo conhecimento das relações entre Deus, o homem e o Universo. Com as vias teúrgicas corolárias, o Martinismo é depositário da doutrina da reintegração e se apresenta no Ocidente como um ramo do esoterismo judaico-cristão. Esta doutrina deve ser estudada, assimilada, antes de passar ou não passar a uma teosofia prática.
            A doutrina Martinista, que é do Iluminismo, foi primeiramente transmitida por Martinez de Pasqually no seio da Ordem dos Elus Cohen. Por tanto, é pelo estudo desta doutrina por onde devemos começar a nos prepararmos.

Notas:
(1)               Instruções aos homens de Desejo: Documentos Martinistas, Paris 1.979, nº 1, pág. 2.

domingo, 4 de março de 2012





«Que teu coração se dilate! Procuras Deus; ele te procura ainda mais e sempre te procurou primeiro.
Oras para ele! Sê confiante no sucesso da tua prece. Ainda que sejas fraco demais para orar, o amor não rezaria por ti?
Todos os benefícios do amor se apresentarão para ti. O homem ingrato esquece-os; o homem decaído desdenha-os; passa a seu lado e deixa-os para trás.
Recebeste um raio desse fogo; ele se estenderá e te trará novas marcas desse amor, e um novo calor, quatro e dez vezes mais activo.
Homem, levanta-te. Ele chama-te; ele te dá lugar entre os seus sacerdotes; declara-te da raça sacerdotal. [...]»

Louis Claude de Saint-Martin
in "O Homem de Desejo"

quinta-feira, 1 de março de 2012

«A  Iniciação, caminho de Despertar, opõe-se à noção de ordem formal. Destrói a identificação com todos os formalismos. Opõe-se igualmente à noção de desordem, que é apenas ausência de uma ordem conhecida, esperada, desejada. A Iniciação é a-ordem, não-ordem, acessível no intervalo que antecede a zona de conceito.»


Rémi Boyer
«O Centro é o campo da acção, as periferias são o campo das reacções. Eis a razão da conquista do Centro. O lugar da acção é sempre não-agir e não-sentido.»

Rémi Boyer