sábado, 5 de março de 2011

"A Rosa e a Cruz" - Arthur Piepenbrink




A Rosa e a Cruz
Arthur Piepenbrink

            O símbolo usado pela Ordem Rosacruz conta toda a história das nossas provas e tribulações, bem como das nossas alegrias e realizações. Nesta mensagem, vamos mostrar-lhes como a Rosa-Cruz se faz evidente em todas as fases da nossa vida. Ela é uma lembrança constante da dualidade do Cósmico; do princípio de que nossas consecuções só vêm com trabalho e esforço; de que não podemos ter a Rosa sem a Cruz, nem a Cruz sem a Rosa.

            A Rosa-Cruz não simboliza apenas o caminho da realização pessoal, mas, uma mensagem ainda mais profunda e importante é a de que ela é eterna. Não é difícil as pessoas aceitarem a idéia de que temos de trabalhar pelo que desejamos conseguir, mas quase ninguém anseia por fazer isto para sempre. Quase todo mundo anseia pelo dia de repouso, pelo dia em que tenha atingido sua meta e nunca mais tenha de trabalhar.

            Este sentimento vem da nossa tendência de seguir a linha de menor resistência, nossa velha adversária no esquema da lei Cósmica. É por isto que muitas pessoas anseiam pela aposentadoria, ou pela morte - como uma transição de um mundo de preocupações para um mundo de bem-aventurança eterna, em que todos os cuidados tenham desaparecido. Esta condição é muito forte no mundo, e é regularmente apoiada e encorajada, principalmente por doutrinas religiosas.

            Esta é uma das situações contra as quais somos advertidos nas lições Rosacruzes. Se uma premissa básica está errada, o erro do caminho que decidimos seguir na vida fica assim determinado. Quanto mais errada é a premissa, mais crítico é o caminho que seguimos. Por exemplo, se temos uma premissa básica sobre a vida segundo a qual não há justiça na Natureza, agimos ou nos comportamos em conformidade com isto, e fazemos muitas coisas de modo diferente de como as faríamos se acreditássemos que houvesse essa justiça. Esta premissa, naturalmente não é verdadeira, como a compreendemos. Portanto, se acreditássemos nela e nos comportássemos em conformidade com isto, com freqüência estaríamos fazendo uma coisa errada e nos metendo em dificuldades. Esta premissa nos levaria a pensar que poderíamos fazer qualquer coisa impunemente. Ela nos poderia tornar imprudentes e desrespeitosos. Teríamos então mais inimigos do que amigos, porque não trataríamos os outros como gostaríamos que eles nos tratassem. A Regra de Ouro não faria sentido. Nossa vida estaria se precipitando na direção errada.

            Por experiência e observação, constatamos que a premissa de justiça é correta. Quando a seguimos, temos cuidado com o que dizemos e fazemos. Somos sensíveis quanto ao que os nossos atos podem provocar para nós mesmos. Estamos conscientes da lei natural de causa e efeito; de que para toda ação há uma reação. Usamos a Regra de Ouro como guia na vida. Temos certeza de que há uma compensação para todos os nossos atos, e de que a justiça é parte forte da natureza do Cósmico. Em conseqüência, sentimo-nos em harmonia com a vida. Boas coisas nos acontecem. Sabemos o que precisamos fazer para nos mantermos em harmonia com a vida. Estamos então no caminho certo.

            Quando consideramos a própria vida, estabelecemos a maior de todas as premissas e, se estamos errados a este respeito, toda a nossa vida é afetada. Ora, quando nos perguntamos por que há tanto infortúnio no mundo, por que tantas pessoas são infelizes, e por que as pessoas não conseguem se ajustar à vida que as cerca, vemos que é principalmente porque elas estão encarando a vida de modo errado, e que é por isto que não conhecem a verdadeira natureza do SER, como nós conhecemos. Não sabem ao certo se haverá sempre uma reação a tudo o que façam, porque não conhecem o eletromagnetismo, sua polaridade dual, e sua tendência de sempre voltar ao estado de equilíbrio. Não sabem ao certo qual é o sentido da vida, nem por que afinal estão vivendo, visto que não conhecem a natureza do SER. Não sabem nada a respeito da unidade, porque não conseguem ver todas as coisas diferentes de sua vida como partes de UM SÓ e vasto Ser. Por isto, fazem suposições, e logo todo mundo acaba com uma idéia ligeiramente diferente sobre a vida. É de admirar então que as pessoas tenham tanta dificuldade para se unir em qualquer coisa?

            Isso nos traz de volta à Rosa-Cruz. Os Rosacruzes partem da premissa de que somos responsáveis pelos nossos atos. Acreditamos que o mérito e a luz não vêm a nós sem trabalho e esforço, nunca; e acreditamos que o mérito e a luz têm de ser sempre cuidados e vigiados, para que não os percamos.

            A Rosa representa mérito e luz. A Cruz representa trabalho e esforço. A Rosa é apenas parcialmente aberta, simbolizando o fato de que estamos sempre crescendo ou evoluindo, sem jamais alcançarmos um ponto em que não tenhamos mais para onde ir, ou nada mais a atingir.

            Em muitos casos, a Cruz é entendida no sentido de nossas provas e tribulações, mas seu primeiro significado é de trabalho e esforço.  Trabalho e esforço constituem a nossa primeira opção, e podemos satisfazer os requisitos da Cruz mantendo a nossa vida em ordem antes que aconteça alguma coisa. Quando negligenciamos a nossa vigilância; quando nos tornamos preguiçosos; quando deixamos cessar aquilo que se faz necessário para nos mantermos sadios e produtivos, é então que deixamos a luz se extinguir. É então que nos vemos tropeçando nas trevas, forçados a trabalhar duas vezes mais para restaurar essa luz. E é então que a Cruz se torna uma prova e uma tribulação. Mas ela nunca tem de ser isto; nunca!

Fonte: Blogue Rosacruzes

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